São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

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Mercado acelera demanda por cursos

Tecnológicos têm maior aumento de matrículas e são os que mais tendem a crescer nos próximos anos

MARINA DARMAROS
VANESSA CORRÊA DA SILVA
DE SÃO PAULO

Entre os cursos superiores, os tecnológicos são os que mais crescem em número de matrículas, segundo os dados do Censo da Educação 2009 do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).
Lançado em janeiro deste ano, o relatório mostra que o número total de inscrições em cursos de graduação presencial aumentou de 3,48 milhões para 5,1 milhões, de 2002 a 2009 no Brasil, quase dobrando o número total em menos de uma década.
Durante o mesmo período, o número de estudantes inscritos nos cursos de ensino tecnológico subiu de 81,3 mil para 680,7 mil (quase dez vezes mais). Somente em 2009, as matrículas cresceram cerca de 26% em relação ao ano anterior.

EMPREGABILIDADE
Uma das explicações para o aumento recente na procura pelas formações tecnológicos (mais especializadas em um campo do conhecimento) pode ser explicada pela demanda provocada pelo próprio mercado de trabalho.
Profissionais da área de tecnologia da informação, por exemplo, estão entre os mais procurados no país, já que a falta de mão de obra no setor é grande.
Segundo Sérgio Sgobbi, diretor de educação e recursos humanos da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), projeções mostram que o deficit de mão de obra na área será de 92 mil profissionais em 2011, podendo chegar a 200 mil em 2013 se a procura pelo curso continuar baixa.
Estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em abril, a escassez de mão de obra qualificada atingirá quase todo o país em 2011 e afetará diversos setores da economia.
O Ipea calcula que, neste ano, serão criados 1,7 milhão de novos postos de trabalho e outras 19,3 milhões de vagas estarão disponíveis devido, em grande parte, à falta de profissionais qualificados.
Muitas dessas vagas estão em áreas cobertas por cursos tecnológicos.

FORMAÇÃO ESPECÍFICA
O curso tecnológico de análise e desenvolvimento de sistemas ocupa o segundo lugar na lista dos mais procurados das instituições de ensino superior públicas do Estado de São Paulo, atrás apenas do bacharelado em direito, segundo o Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo).
De acordo com relatório do sindicato, em 2009 foram efetuadas 6,4 mil matrículas nas 26 faculdades que oferecem esse curso.
"Tem espaço para todos, para bacharel, engenheiro... Mas muitas vezes a empresa precisa de alguém que tenha conhecimento naquela área específica", explica o coordenador de graduação do Senac, Eduardo Ehlers.
Na área da informática, por exemplo, além do bacharelado em ciência da computação, um curso mais abrangente, há formações como as de redes de computadores ou de análise e desenvolvimento de sistemas.
Como são cursos mais específicos e com menor duração (de dois a três anos), esses profissionais têm sido preferidos pelas empresas, que têm pressa e buscam ocupar uma posição.
Segundo Ehlers, a empregabilidade nessas áreas chega a cerca de 90%.
A estudante Vanessa Yumi, 18, aliou o mercado em ascensão ao gosto pessoal por matemática e desenho ao optar por uma graduação tecnológica.
Depois de concluir o ensino técnico em gestão de negócios culturais no Liceu de Artes e Ofícios, Vanessa faz o primeiro semestre de construção civil na Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo).
"Meu curso está em alta, porque há uma necessidade de construção de moradias e, como a cidade está superlotada, é a gente que tem que descobrir outras opções de como construir para não sufocá-la mais", afirma.


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