São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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Bittar acusa Maia de aplicar verba da saúde no mercado financeiro

DA SUCURSAL DO RIO

O candidato do PT à Prefeitura do Rio, Jorge Bittar, acusou ontem o prefeito Cesar Maia (PFL) de ter investido no mercado financeiro parte do dinheiro do Ministério da Saúde liberado em 2002 para reformar dois hospitais municipais e uma maternidade. Maia rompeu os convênios em agosto deste ano. A verba foi devolvida sob a alegação de que não era suficiente para as obras.
De acordo com documentos do ministério apresentados ontem por Bittar, a prefeitura diz ter apurado R$ 101.645,98 no mercado financeiro com a verba federal. Desde 2002, Maia recebeu R$ 970 mil para executar as obras, que nunca saíram do papel.
"Esta é a sensibilidade social do Cesar Maia, que se diz um grande administrador. Ele teve a verba por dois anos e só agora decidiu devolver o dinheiro", disse Bittar, que tem cinco pontos percentuais desde a primeiro pesquisa do Ibope. Pela última pesquisa divulgada pelo instituto, Maia seria reeleito no primeiro turno, com 48% das intenções de votos.
"Temos que checar se o todo o valor arrecadado no mercado financeiro foi declarado. Isso é importante", disse o petista.
Pelos documentos de um dos acordos, a secretaria-executiva do Ministério da Saúde chega a censurar a aplicação dos recursos financeiros em um fundo de investimento. Segundo o primeiro convênio firmado pelo Ministério da Saúde com a Prefeitura do Rio, R$ 859.587,90 seriam gastos na reforma do sistema elétrico do Hospital da Piedade, na zona norte do Rio. O ministério repassaria R$ 687.670,32. A prefeitura, por sua vez, entraria com R$ 171.917,58 de contrapartida. Já o segundo convênio seria de R$ 737.574,40 para também reformar os sistemas elétricos do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza e a maternidade Leila Diniz, ambos em Jacaperaguá, zona oeste da cidade.
Nesse caso, o ministério acordou liberar R$ 590.059,52 para as obras no hospital e na maternidade. A prefeitura daria R$ 147.514,88 de contrapartida.
Pelo levantamento feito pelo ministério, parte do dinheiro federal foi repassado (R$ 455.175,19, hospital e maternidade em Jacarepaguá, e R$ R$ 515.752,74, Hospital da Piedade) para a prefeitura, que não depositou nada em contrapartida.


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