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SP 450
NA HORA DA DIVERSÃO
Centros de compras aparecem como primeira opção para os momentos de folga; em seguida vêm os parques e jardins
População faz do shopping sua área de lazer
DA REDAÇÃO
O hábito de lazer mais citado
pelos paulistanos se dá em espaços privados fundamentais no cotidiano, uma vez que exercem
funções antes associadas aos lugares públicos, como ruas e praças.
Em certo sentido, não é de surpreender que 69% declarem freqüentar shoppings. É como se a
cidade não pudesse viver sem eles
(são 71 de todos os tipos em São
Paulo, sendo 34 do formato tradicional, como o shopping Ibirapuera). A importância que têm
pode ser avaliada, por exemplo,
pelo fato de 21% freqüentá-los
uma vez ou mais por semana.
Parques e jardins -lugares
eminentemente públicos e cuja
freqüentação não requer gastos-
estão em segundo lugar (64%).
Embora a oferta desses espaços
seja insuficiente, sobretudo nas
áreas mais pobres, o alto percentual sugere que o que existe é bastante demandado pela população,
analisa Dirce Koga, pesquisadora
do Núcleo de Seguridade e Assistência Social da PUC-SP.
Completam os cinco primeiros
postos de lazer habitual restaurantes (57%), aluguel de fitas de
vídeo (50%) e cinema (47%).
A rarefação de lugares de lazer e
cultura ocorre à medida que se
afasta do centro. Nas áreas em
que a oferta é menor, encontra-se
o maior contingente de jovens, informa Isaura Botelho, pesquisadora de políticas culturais do
Centro de Estudos da Metrópole
do Cebrap (Centro Brasileiro de
Análise e Planejamento).
Os resultados evidenciam o papel da renda na determinação dos
hábitos. Na área rica Vila Mariana/Itaim Bibi, 71% viajam no final
de semana. Apenas 30% fazem o
mesmo na excluída Capão Redondo/Jardim Ângela. Na abastada Perdizes/Pinheiros, 66% freqüentam livrarias e 54%, teatro
-mais do que o triplo do verificado em algumas áreas pobres.
A demanda por lazer e cultura,
mostra a pesquisa, depende da
renda, mas está relacionada também à bagagem cultural de cada
um. O urbanista Kazuo Nakano,
do Instituto Pólis, acrescenta outro aspecto: os "tempos livres" do
jovem e do idoso, do homem e da
mulher, são diferentes entre si.
Os bares são, dessa maneira,
mais freqüentados por homens
(52%) do que por mulheres
(30%). E, coisas da vida, os hábitos pesquisados são menos citados a partir dos 41 anos.
(EDNEY CIELICI DIAS)
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