São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2004 |
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PAULISTANOS Mooca/Tatuapé Auto-suficiente, área sente falta do verde
SIMONE IWASSO DA REPORTAGEM LOCAL O passado industrial e a explosão imobiliária das últimas décadas geraram uma mistura de moradores tradicionais, rodeados de infra-estrutura, opções de lazer e serviços, mas também ajudaram a transformar a região da Mooca e do Tatuapé (zona leste) em uma das mais áridas de São Paulo. Lá, por exemplo, as temperaturas são cerca de 5C mais altas do que no Morumbi (zona oeste) e o índice de cobertura vegetal por habitante está muito abaixo do registrado nos Jardins (zona oeste), segundo dados do Atlas Ambiental, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. As razões, explica o arquiteto Flávio Fatigati, que participou da elaboração do atlas, estão relacionadas à localização -área baixa próxima ao rio, no caso, o Tamanduateí- e ao tipo de urbanização do local, com grandes terrenos pavimentados devido à atividade fabril e uma intensa verticalização nas últimas décadas. Satisfeitos e freqüentadores das atividades do bairro, os moradores se ressentem apenas do pouco verde nas ruas. "Eu tenho tudo aqui, não preciso ir à cidade para nada. Tenho shopping, restaurante, bancos, serviços. Precisamos agora cuidar para ter mais natureza no bairro. Amo essa região, mas gostaria que fosse mais arborizada", afirma a professora Araci Lima, 42, moradora da Mooca desde que nasceu. A demanda por verde apareceu, segundo a Subprefeitura da Mooca, na elaboração do Orçamento Participativo e do Plano Diretor Regional: as principais reivindicações foram a construção de praças e o plantio de árvores. O interesse pelo verde refletiu-se também na pesquisa do Datafolha: 7% dos moradores apontaram a construção, reforma e conservação de largos, praças e parques como área de melhor desempenho da prefeitura -maior índice registrado nesse quesito. A pesquisa mostrou também que 88% dos moradores de Mooca, Tatuapé, Belém e Água Rasa sentem orgulho do lugar em que vivem e não pretendem trocá-lo por outro bairro. O nível econômico da população -38% pertencem à classe B, e 8%, à classe A- também ajuda a explicar as atividades de consumo local. "Temos cinemas, faculdades, shoppings, diversões à noite, bons restaurantes. É um bairro com um poder aquisitivo bom e com bastante infra-estrutura", afirma a comerciante Neusa Formigoni. Texto Anterior: Ipiranga/Vila Prudente: Ar de província marca os "vizinhos da capital" Próximo Texto: Vila Mariana/Itaim Bibi: Área nobre se irrita com os excessos Índice |
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