|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ALEMÃO
Falar é difícil, mas impressiona e facilita contatos
Antes de partir para a conversa, aluno tem que dominar bem a gramática, que difere bastante da do português
GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como acontece com o francês, a maioria das multinacionais germânicas que atuam no
Brasil -quase 900 só na Grande São Paulo- adotou o inglês
como língua oficial.
Algumas, porém, valorizam
os funcionários que se interessam em se aproximar um pouco mais dos colegas europeus.
"Mesmo que materiais para
apresentações e reuniões na
matriz sejam em inglês, quem
sabe o alemão se comunica melhor e mais rápido, além de socializar mais", resume Tathiana Gimenez, analista de treinamento da Voith Paper.
"Não é uma exigência, mas é
bom ter o idioma", comenta a
gerente de recursos humanos
da Basf, Luciana Amaro.
"Recebemos constantemente visitas do exterior, e as impressiona encontrar pessoas
que falam a língua delas."
Na empresa, quem mais precisa ter o alemão afiado são as
secretárias-executivas de algumas áreas, como planejamento
estratégico, que estão em contato frequente com a matriz
por telefone ou e-mail e recebem documentos em alemão.
"Em outros cargos, as competências mais usadas são a fala e
a leitura", diz Amaro.
Para técnicos e pesquisadores, é importante ter acesso a
textos originais de publicações
científicas alemãs.
Dominar o idioma também é
essencial para quem pretende
trabalhar na Alemanha. "Subsidiamos 100% dos custos do
curso para o funcionário que
será expatriado e para sua família", diz Fábio Amaral Machado, gerente de recursos humanos corporativos da Bosch.
Engenheiros e técnicos de
manufatura são incentivados a
aprender, já que os centros de
desenvolvimento de novas tecnologias ficam na matriz.
"Nossos engenheiros de projeto e de produção viajam periodicamente à Alemanha",
afirma Gimenez, da Voith Paper, que cobre 60% dos custos
de seus funcionários com cursos de alemão.
Pronúncia difícil
Antes de partir para os primeiros diálogos em alemão é
preciso domar a gramática, ressalta Valéria Sabrina Pereira,
professora de alemão e aluna
de doutorado da FFLCH-USP
(Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo).
"A estrutura gramatical difere muito da do português, e é
necessária uma grande quantidade de dados gramaticais antes de iniciar uma conversa",
diz. "Embora a pronúncia do
alemão seja facilmente assimilada por brasileiros após treino,
persiste o mito da dificuldade
de pronúncia ou de leitura, devido a palavras de grafia longa."
"A maior dificuldade de
quem está aprendendo é a falta
de contato com o idioma fora
da sala de aula", avalia Hans
Wagner, diretor de alemão do
instituto Humboldt.
"É muito diferente: vocabulário mais rico, gramática mais
difícil e pronúncia diferente da
nossa", concorda Olavo Garcia,
46, tecnólogo de qualidade da
Voith. "Mas é uma questão de
costume", completa Garcia,
que em seu dia-a-dia na empresa precisa do alemão para trocar e-mails, ler documentos
originais da matriz e fazer telefonemas: "A maioria dos gerentes e diretores fala o idioma".
Texto Anterior: Onde aprender Próximo Texto: Trabalho e livros Índice
|