São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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ALEMÃO

Falar é difícil, mas impressiona e facilita contatos

Antes de partir para a conversa, aluno tem que dominar bem a gramática, que difere bastante da do português

GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como acontece com o francês, a maioria das multinacionais germânicas que atuam no Brasil -quase 900 só na Grande São Paulo- adotou o inglês como língua oficial.
Algumas, porém, valorizam os funcionários que se interessam em se aproximar um pouco mais dos colegas europeus.
"Mesmo que materiais para apresentações e reuniões na matriz sejam em inglês, quem sabe o alemão se comunica melhor e mais rápido, além de socializar mais", resume Tathiana Gimenez, analista de treinamento da Voith Paper.
"Não é uma exigência, mas é bom ter o idioma", comenta a gerente de recursos humanos da Basf, Luciana Amaro.
"Recebemos constantemente visitas do exterior, e as impressiona encontrar pessoas que falam a língua delas."
Na empresa, quem mais precisa ter o alemão afiado são as secretárias-executivas de algumas áreas, como planejamento estratégico, que estão em contato frequente com a matriz por telefone ou e-mail e recebem documentos em alemão. "Em outros cargos, as competências mais usadas são a fala e a leitura", diz Amaro.
Para técnicos e pesquisadores, é importante ter acesso a textos originais de publicações científicas alemãs.
Dominar o idioma também é essencial para quem pretende trabalhar na Alemanha. "Subsidiamos 100% dos custos do curso para o funcionário que será expatriado e para sua família", diz Fábio Amaral Machado, gerente de recursos humanos corporativos da Bosch.
Engenheiros e técnicos de manufatura são incentivados a aprender, já que os centros de desenvolvimento de novas tecnologias ficam na matriz.
"Nossos engenheiros de projeto e de produção viajam periodicamente à Alemanha", afirma Gimenez, da Voith Paper, que cobre 60% dos custos de seus funcionários com cursos de alemão.

Pronúncia difícil
Antes de partir para os primeiros diálogos em alemão é preciso domar a gramática, ressalta Valéria Sabrina Pereira, professora de alemão e aluna de doutorado da FFLCH-USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo).
"A estrutura gramatical difere muito da do português, e é necessária uma grande quantidade de dados gramaticais antes de iniciar uma conversa", diz. "Embora a pronúncia do alemão seja facilmente assimilada por brasileiros após treino, persiste o mito da dificuldade de pronúncia ou de leitura, devido a palavras de grafia longa."
"A maior dificuldade de quem está aprendendo é a falta de contato com o idioma fora da sala de aula", avalia Hans Wagner, diretor de alemão do instituto Humboldt.
"É muito diferente: vocabulário mais rico, gramática mais difícil e pronúncia diferente da nossa", concorda Olavo Garcia, 46, tecnólogo de qualidade da Voith. "Mas é uma questão de costume", completa Garcia, que em seu dia-a-dia na empresa precisa do alemão para trocar e-mails, ler documentos originais da matriz e fazer telefonemas: "A maioria dos gerentes e diretores fala o idioma".


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