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Profissões verdes
Cursos aderem à preservação ambiental
Julia Moraes/Folha Imagem
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Depois de ter cursado turismo e fisioterapia, Anna Portocarrero, 24, decidiu prestar biologia
Preocupação com o desenvolvimento sustentável leva à criação e à mudança de carreiras
INGRID AGUIAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quase duas décadas após a
Eco-92, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no
Rio, o mercado de trabalho tem
dado importância como nunca
à preservação. Por isso, agora
pode ser a hora certa de prestar
vestibular para as chamadas
profissões verdes.
Cursos inexistentes há dez
anos estão entre os mais procurados. E os que já existiam aumentaram a oferta de vagas.
No espírito da Eco-92, foram
abertos naquele ano os primeiros cursos de engenharia ambiental do país. Hoje, são 120,
em todo o Brasil.
Atuando na prevenção, monitoramento e fiscalização da
qualidade do ambiente para
empresas e instituições públicas, os engenheiros ambientais
se tornaram escassos num
mercado que cresceu muito rápido, de acordo com Janete
Feijó, coordenadora do curso
na Univali, de Santa Catarina.
Outro curso que cresceu é o
de engenharia florestal da
Unesp. Inaugurado em 1989
com 20 vagas, hoje possui 40.
"O curso teve uma melhora
qualitativa, com simpósios sobre seqüestro de carbono e sustentabilidade das florestas",
conta o seu coordenador, Elias
Taylor Durgant Severo.
Segundo dados da Sociedade
Brasileira de Engenheiros Florestais, os 13 mil formados na
área em todo o país deveriam
ser pelos menos o triplo para
dar conta da demanda atual.
Praticamente desconhecido
em 1998, o curso de gestão ambiental é hoje oferecido em 177
instituições no país -segundo
o cadastro das instituições de
educação superior do MEC
(Ministério da Educação). Na
maioria das instituições, ele é
oferecido como uma graduação
tecnológica, de dois anos. Na
USP, dentre outras faculdades,
dura quatro anos.
Segundo Arthur Marcien de
Souza, diretor do curso na Unisa (Universidade Santo Amaro), esse profissional leva a
consciência ambiental para as
empresas e diminui o risco e o
passivo ambiental delas.
Novo aluno do curso, Rafael
Fabre Santos, 23, já é formado
em letras e tinha pensado em
buscar essa profissão antes
mesmo da sua primeira graduação. "O mercado agora está
recebendo esse profissional
bem melhor. Acho que não será
difícil conseguir estágio na
área", afirma ele.
Outro curso recente é o de
química ambiental, na Unesp.
Seu objetivo é formar profissionais para trabalhar no tratamento e na diminuição de resíduos químicos.
Entre as novidades, existem
ainda os cursos de especialização para monitor de ecoturismo e educador ambiental.
O crescente interesse pelas
profissões verdes foi notado até
por órgãos voltados à orientação profissional. O Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) passou a organizar, em
maio de 2007, uma palestra sobre o tema, apresentada para
vestibulandos em sua sede ou
nas escolas de ensino médio.
Anna Molinari Portocarrero,
24, é um exemplo de estudante
que se interessou pela área ambiental. Depois de ter cursado
turismo e fisioterapia, decidiu
prestar biologia. "No curso de
biologia, vou estudar o que gosto em prol da preservação dos
animais e das áreas verdes."
Colaborou JULIANA CARIELLO
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