São Paulo, domingo, 25 de maio de 2008

Próximo Texto | Índice

Profissões verdes

Cursos aderem à preservação ambiental

Julia Moraes/Folha Imagem
Depois de ter cursado turismo e fisioterapia, Anna Portocarrero, 24, decidiu prestar biologia

Preocupação com o desenvolvimento sustentável leva à criação e à mudança de carreiras
INGRID AGUIAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quase duas décadas após a Eco-92, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio, o mercado de trabalho tem dado importância como nunca à preservação. Por isso, agora pode ser a hora certa de prestar vestibular para as chamadas profissões verdes.
Cursos inexistentes há dez anos estão entre os mais procurados. E os que já existiam aumentaram a oferta de vagas. No espírito da Eco-92, foram abertos naquele ano os primeiros cursos de engenharia ambiental do país. Hoje, são 120, em todo o Brasil.
Atuando na prevenção, monitoramento e fiscalização da qualidade do ambiente para empresas e instituições públicas, os engenheiros ambientais se tornaram escassos num mercado que cresceu muito rápido, de acordo com Janete Feijó, coordenadora do curso na Univali, de Santa Catarina.
Outro curso que cresceu é o de engenharia florestal da Unesp. Inaugurado em 1989 com 20 vagas, hoje possui 40.
"O curso teve uma melhora qualitativa, com simpósios sobre seqüestro de carbono e sustentabilidade das florestas", conta o seu coordenador, Elias Taylor Durgant Severo.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais, os 13 mil formados na área em todo o país deveriam ser pelos menos o triplo para dar conta da demanda atual.
Praticamente desconhecido em 1998, o curso de gestão ambiental é hoje oferecido em 177 instituições no país -segundo o cadastro das instituições de educação superior do MEC (Ministério da Educação). Na maioria das instituições, ele é oferecido como uma graduação tecnológica, de dois anos. Na USP, dentre outras faculdades, dura quatro anos.
Segundo Arthur Marcien de Souza, diretor do curso na Unisa (Universidade Santo Amaro), esse profissional leva a consciência ambiental para as empresas e diminui o risco e o passivo ambiental delas.
Novo aluno do curso, Rafael Fabre Santos, 23, já é formado em letras e tinha pensado em buscar essa profissão antes mesmo da sua primeira graduação. "O mercado agora está recebendo esse profissional bem melhor. Acho que não será difícil conseguir estágio na área", afirma ele.
Outro curso recente é o de química ambiental, na Unesp. Seu objetivo é formar profissionais para trabalhar no tratamento e na diminuição de resíduos químicos. Entre as novidades, existem ainda os cursos de especialização para monitor de ecoturismo e educador ambiental.
O crescente interesse pelas profissões verdes foi notado até por órgãos voltados à orientação profissional. O Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) passou a organizar, em maio de 2007, uma palestra sobre o tema, apresentada para vestibulandos em sua sede ou nas escolas de ensino médio.
Anna Molinari Portocarrero, 24, é um exemplo de estudante que se interessou pela área ambiental. Depois de ter cursado turismo e fisioterapia, decidiu prestar biologia. "No curso de biologia, vou estudar o que gosto em prol da preservação dos animais e das áreas verdes."


Colaborou JULIANA CARIELLO

Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.