São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2001

Próximo Texto | Índice

GUERRA NA AMÉRICA

EUA cortam dinheiro dos suspeitos de bancar terror

Taleban promete "guerra vã e sangrenta" se americanos não saírem do golfo Pérsico e do Oriente Médio

O presidente George W. Bush determinou o congelamento de recursos depositados nos EUA em nome de 27 pessoas e organizações suspeitas de financiar atividades terroristas. Na lista, relata Marcio Aith, estão Osama bin Laden e a Al Qaeda, rede controlada pelo saudita. Assim como dividira os países entre os que são a favor e contra Washington, Bush exortou os bancos estrangeiros a seguir a decisão de ontem. "Quem faz negócios com terroristas ou os financia, não fará negócios com os Estados Unidos", disse.
No Afeganistão, o líder supremo do Taleban elevou o tom das ameaças. "Se a América quer acabar com o terrorismo, deve retirar suas forças do golfo Pérsico e encerrar seu envolvimento no conflito palestino", afirmou Mohamad Omar. Do contrário, "será envolvida em uma guerra vã e sangrenta".
Na mesma linha, em fax divulgado por emissora de TV do Qatar, Bin Laden pediu que os paquistaneses, cujo governo apóia a ofensiva americana, impeçam a utilização do país como base de ataque ao Afeganistão. O Taleban disse que já são 300 mil os homens reunidos para lutar. O número é posto em dúvida por fontes paquistanesas, que estimam um máximo de 45 mil soldados.
A piora das relações com o Taleban levou o Paquistão a retirar seus diplomatas de Cabul, capital afegã. A embaixadora dos EUA em Islamabad e o ministro da Economia paquistanês assinaram acordo que abate em US$ 396 milhões a dívida do país, informa o enviado especial Kennedy Alencar.
Na Rússia, o presidente Vladimir Putin anunciou que o país vai abrir seu espaço aéreo a aviões norte-americanos que levem ajuda humanitária numa ofensiva militar contra o Afeganistão.
O Vaticano disse que entenderia se os EUA usassem de força para proteger seus cidadãos de futuras ameaças, embora prefira solução pacífica para a crise desencadeada pelos atentados de 11 de setembro. "Às vezes, é mais prudente agir do que ficar passivo", afirmou o porta-voz de João Paulo 2º, Joaquin Navarro-Valls. "Nesse sentido, o papa não é um pacifista. É preciso lembrar que, em nome da paz, algumas injustiças horríveis foram cometidas."


Próximo Texto: O alvo: Taleban ameaça "incendiar" EUA
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.