São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2001

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Straw busca no Irã respaldo a ação dos EUA

DA REDAÇÃO

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, chegou ontem ao Irã para tentar obter o apoio do país à chamada coalizão antiterror liderada pelos EUA. Foi a primeira visita de um chanceler britânico ao país desde a Revolução Islâmica, em 1979.
Straw visitou antes a Jordânia, onde se encontrou com o rei Abdullah e o líder palestino Iasser Arafat. Ele deveria discutir com o presidente Mohammad Khatami e o chanceler Kamal Kharrazi mais medidas de cooperação por parte do Irã.
"O objetivo geral das minhas conversações é fortalecer a coalizão política contra o terror. É preciso montar uma coalizão que reconheça como interesse de todas as religiões e civilizações ações que impeçam novos atos desse tipo de terrorismo", disse Straw.
Há relatos -negados por Teerã- de que o ministro britânico porta uma mensagem de Washington pela ajuda ou ao menos pela condescendência do Irã num eventual ataque ao Afeganistão.
O Irã rapidamente condenou os atentados do dia 11, mas muitos iranianos da ala conservadora dizem que os EUA querem usar a crise para aumentar sua influência na região. O Irã afirma que qualquer ação deve ser conduzida sob a orientação da ONU. As autoridades temem uma onda de refugiados afegãos ao país.
Além disso, Teerã não deseja parecer ter dado as costas para os muçulmanos afegãos -ainda que desaprove o regime do Taleban, o grupo extremista islâmico que controla quase todo o Afeganistão. As reações contrárias ao eventual alinhamento do Irã já começaram. Ao menos 20 pessoas foram presas ontem por manifestações diante da embaixada britânica contra a visita de Straw.

Israel
Straw também enfrentou protestos ontem, mas de Israel, por uma declaração sua divulgada pela embaixada britânica em Teerã: "Eu compreendo que um dos fatores que ajudam a alimentar o terrorismo é a raiva que muitos nessa região sentem pelos acontecimentos na Palestina". Israel disse que a declaração pode servir de justificativa ou estímulo para ações terroristas palestinas.


Com agências internacionais


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