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É difícil controlar a militância, diz Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após os confrontos entre militantes petistas e José Serra,
candidato tucano à Prefeitura de
São Paulo, a prefeita Marta Suplicy (PT) disse que a orientação
do partido é para "que haja sempre calma e cada um faça a sua
campanha em paz". Ela disse, porém, que há provocações por parte de ambos os lados e não dá para
ter controle sobre a militância.
Questionada sobre as críticas de
Serra, que anteontem classificou a
campanha petista de sórdida, truculenta e fascistóide, Marta responsabilizou o tucano pelos conflitos. "Eu acho que ele provoca
para poder depois dizer isso." Ela
evitou, porém, repetir a interpretação de seu coordenador de campanha, Ítalo Cardoso, de que o tucano faz pose de vítima. "Isso é a
população que vai avaliar."
O confronto entre Serra e os militantes petistas ocorreu na quinta-feira, na Capela do Socorro
(zona sul), tradicional reduto petista, após o coordenador da campanha de Marta Suplicy na Capela
do Socorro, Glauco Piai, ter avisado que ali "tucano não tem vaga".
Sobre as declarações de seu coordenador, Marta disse apenas que
a cidade é livre.
À tarde, Marta cumpriu agenda
de prefeita. Assinou um termo de
cooperação entre o Sindicado das
Empresas de Transporte Coletivo
Urbano e a prefeitura para o projeto "Saúde Preventiva Móvel".
O sindicato irá fornecer, em até
120 dias, 31 ônibus recuperados e
transformados em consultórios
médico e odontológico, que serão
distribuídos entre as subprefeituras. O sindicato ficará responsável
pela manutenção da frota, contratação de um motorista e pagamento de diesel. Ao município caberá a contratação de médicos e a
compra de equipamentos.
Marta também assinou ontem
decreto que prevê às servidoras
com filhos de até 12 meses o direito a uma hora por dia para amamentação. Segundo a prefeita, são
cerca de 95 mil funcionárias.
Pela manhã, Marta tentou pegar
carona no lançamento da rede
pública de bancos de sangue de
cordão umbilical e placentário
(Brasilcord), uma parceria feita
pelo governo federal e o Hospital
Israelita Albert Einstein, além da
USP e da Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas).
Apesar de não ter ligação direta
com a parceria, Marta acompanhou o ministro da Saúde, Humberto Costa (PT), no evento, e recebeu elogios do presidente da
Sociedade Beneficente Albert
Einstein, Cláudio Lottenberg.
"Vim porque sou prefeita e esse
projeto é muito importante para a
cidade de São Paulo", disse Marta.
Lottenberg ressaltou alguns
projetos desenvolvidos em conjunto pelo hospital e pela prefeitura. "Cito esses números sem nenhuma intenção, apenas para
ilustrar a amplitude e a profundidade de nossa integração com o
sistema público de saúde", disse
Lottenberg, no salão do hospital.
O elogio foi a deixa para o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas, destacar que o
PSDB fez parcerias nesse sentido
antes do PT. "A parceria do sistema de saúde com o Einstein não é
uma coisa nova", disse. Segundo
sua assessoria, ele foi ao evento
porque dois hospitais estaduais
serão ligados à Brasilcord.
À noite, Marta foi pedir votos
em uma fábrica de panetones e
uma de aço. "A disputa está apertada, vamos precisar do empenho
de todos", pediu.
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