São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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É difícil controlar a militância, diz Marta

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após os confrontos entre militantes petistas e José Serra, candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, a prefeita Marta Suplicy (PT) disse que a orientação do partido é para "que haja sempre calma e cada um faça a sua campanha em paz". Ela disse, porém, que há provocações por parte de ambos os lados e não dá para ter controle sobre a militância.
Questionada sobre as críticas de Serra, que anteontem classificou a campanha petista de sórdida, truculenta e fascistóide, Marta responsabilizou o tucano pelos conflitos. "Eu acho que ele provoca para poder depois dizer isso." Ela evitou, porém, repetir a interpretação de seu coordenador de campanha, Ítalo Cardoso, de que o tucano faz pose de vítima. "Isso é a população que vai avaliar."
O confronto entre Serra e os militantes petistas ocorreu na quinta-feira, na Capela do Socorro (zona sul), tradicional reduto petista, após o coordenador da campanha de Marta Suplicy na Capela do Socorro, Glauco Piai, ter avisado que ali "tucano não tem vaga". Sobre as declarações de seu coordenador, Marta disse apenas que a cidade é livre.
À tarde, Marta cumpriu agenda de prefeita. Assinou um termo de cooperação entre o Sindicado das Empresas de Transporte Coletivo Urbano e a prefeitura para o projeto "Saúde Preventiva Móvel".
O sindicato irá fornecer, em até 120 dias, 31 ônibus recuperados e transformados em consultórios médico e odontológico, que serão distribuídos entre as subprefeituras. O sindicato ficará responsável pela manutenção da frota, contratação de um motorista e pagamento de diesel. Ao município caberá a contratação de médicos e a compra de equipamentos.
Marta também assinou ontem decreto que prevê às servidoras com filhos de até 12 meses o direito a uma hora por dia para amamentação. Segundo a prefeita, são cerca de 95 mil funcionárias.
Pela manhã, Marta tentou pegar carona no lançamento da rede pública de bancos de sangue de cordão umbilical e placentário (Brasilcord), uma parceria feita pelo governo federal e o Hospital Israelita Albert Einstein, além da USP e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Apesar de não ter ligação direta com a parceria, Marta acompanhou o ministro da Saúde, Humberto Costa (PT), no evento, e recebeu elogios do presidente da Sociedade Beneficente Albert Einstein, Cláudio Lottenberg.
"Vim porque sou prefeita e esse projeto é muito importante para a cidade de São Paulo", disse Marta.
Lottenberg ressaltou alguns projetos desenvolvidos em conjunto pelo hospital e pela prefeitura. "Cito esses números sem nenhuma intenção, apenas para ilustrar a amplitude e a profundidade de nossa integração com o sistema público de saúde", disse Lottenberg, no salão do hospital.
O elogio foi a deixa para o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas, destacar que o PSDB fez parcerias nesse sentido antes do PT. "A parceria do sistema de saúde com o Einstein não é uma coisa nova", disse. Segundo sua assessoria, ele foi ao evento porque dois hospitais estaduais serão ligados à Brasilcord.
À noite, Marta foi pedir votos em uma fábrica de panetones e uma de aço. "A disputa está apertada, vamos precisar do empenho de todos", pediu.


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