|
Texto Anterior | Índice
Novos fundos favorecem a opção por imóveis
FREE-LANCE PARA FOLHA
Comprar uma casa ou apartamento não é o único caminho para quem quer investir em imóveis.
Com o lançamento do fundo imobiliário da Caixa Econômica Federal na semana passada, quem
prefere aplicar os recursos nas
edificações pode começar seu investimento com R$ 1 mil.
A entrada da CEF no segmento
deve impulsionar o incipiente
mercado de fundos imobiliários
no Brasil. Dos 60 fundos registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), menos de 15 estão disponíveis para o poupador
de médio e pequeno porte.
Os FIIs (como são conhecidos)
são formados por cotas de imóveis já prontos -como o Shopping Pátio Higienópolis- ou em
construção -como o Novo
Anhembi. No caso da CEF, o edifício Almirante Barroso, no Rio,
será vendido ao novo fundo e alugado à instituição por dez anos,
renováveis por mais dez. A rentabilidade dos cotistas virá dos aluguéis pagos ao fundo. O IR é de
20% sobre o rendimento.
A CEF escolheu novembro para
o lançamento de olho nos recursos do 13º salário. "As pessoas
pensam em diversificar seus investimentos nessa época", afirma
Fábio Nogueira, diretor da Brazilian Mortgages, empresa pioneira
na estruturação de FIIs de varejo.
O consultor Sérgio Belleza, da
Coinvalores, crê no sucesso dos
fundos para quem procura segurança em ativos reais.
Investir em FIIs é mais simples
do que em imóveis, já que as cotas
podem ser adquiridas diretamente junto à instituição financeira
distribuidora. A simplicidade
continua na hora de desfazer o
negócio. A maioria permite a venda de uma fração do investimento, normalmente cotas de R$ 100.
Quem investe em imóveis e precisa de dinheiro acaba tendo de se
desfazer completamente do bem.
Mas a liquidez dos FIIs não é necessariamente imediata. As transações ocorrem em mercado secundário, dependem do encontro
de interessados e não há negociação pública das cotas. A oferta pequena gera ágio. Na semana passada, por exemplo, a Coinvalores
negociou cotas do Pátio Higienópolis lançadas por R$ 100 por R$
115 no mercado secundário.
O investidor também precisa
saber que não há rentabilidade
garantida e que ela depende do
sucesso da administração do imóvel. Vazio, prédio algum gera renda. "Os fundos são uma opção de
diversificação, mas também são
um cheque em branco na mão do
administrador", pondera o consultor Alexandre Póvoa.
No caso dos imóveis, os três últimos meses do ano registram aumento de 20% no número de lançamentos residenciais na Grande
São Paulo. A tendência deve se
manter, mas com preços mais altos. "O reajuste é fruto do repasse
do custo do material de construção", afirma Luiz Paulo Pompéia,
diretor da Empresa Brasileira de
Estudos do Patrimônio.
Além disso, a demanda pela solidez imobiliária tende a elevar o
preço dos edifícios, diz Pompéia.
(SUZANA BARELLI)
Texto Anterior: Bicampeão: Dólar protege investidor, mas está caro Índice
|