São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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COPA DE 1990

Esparadrapo, 3-5-2, fiasco

A Copa de estréia de Ricardo Teixeira foi um desastre, tanto dentro como fora de campo.
O time de Sebastião Lazaroni fez uma primeira fase apenas regular em solo italiano e caiu diante da rival Argentina nas oitavas.
Para Teixeira, mais que a dificuldade dos atletas em seguir o esquema tático 3-5-2 de Lazaroni, foi o dinheiro que eliminou precocemente o Brasil do Mundial.
Ainda em Teresópolis, na preparação na Granja Comary, os atletas se insurgiram contra a CBF. Ao posarem para a foto oficial, taparam com esparadrapo o logotipo da Pepsi em seus uniformes -a fábrica de refrigerantes acabara de injetar US$ 1 milhão para patrocinar a seleção.
Os convocados queriam maior participação no direito de arena -receberiam US$ 200 mil. Teixeira acionou J. Hawilla para apagar o incêndio. O dono da Traffic, que havia viabilizado o acordo com a Pepsi, conseguiu mais US$ 100 mil. Só que a vitória na queda-de-braço deu força aos jogadores.
Já na Itália, os atletas ameaçaram de novo. Estavam insatisfeitos com a premiação em caso de conquista do tetracampeonato.
Na opinião de Teixeira, o grupo, liderado pelo volante Alemão, preocupou-se demais com o bicho e menosprezou os adversários. O vexame teria sido apenas uma consequência disso.
"O que aconteceu em 90 com a premiação foi horrível. Eu estava começando e não sabia muito bem como lidar com a situação. Mas serviu de lição. Depois da Itália, nunca mais o assunto premiação foi discutido. A CBF dá o valor e pronto", afirma Teixeira.



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