São Paulo, quinta, 26 de junho de 1997.



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Devolução de Hong Kong à China levanta temores sobre a democracia na região e cria expectativas em relação ao futuro político e econômico chinês
A encruzilhada chinesa

JAIME SPITZCOVSKY
de Pequim

Hong Kong, um dos principais pólos do capitalismo asiático, troca de dono na próxima semana. A partir da 0h de 1º de julho, a China, empurrada pelo acelerado crescimento econômico que parece transformá-la em uma das principais potências da virada do século, retoma o controle do território depois de 156 anos de domínio britânico.
A troca da guarda chega com a fórmula "um país, dois sistemas", arquitetada para buscar a convivência entre o regime de partido único da China comunista e a democracia do capitalismo de Hong Kong. E permite ao território manter, nos próximos 50 anos, seu atual sistema político e autonomia administrativa.
Uma incerteza ronda Hong Kong: será o governo chinês, acostumado a reinar absoluto, capaz de respeitar o atual grau de liberdades civis que impera no território?
A China, um dos últimos países oficialmente comunistas do planeta, emite sinais contraditórios. Desmonta, em Hong Kong, resultados de reformas democratizantes introduzidas pelo poder britânico nos anos 90. Mas afirma que respeitará a autonomia de HK, pois não deseja comprometer o dinamismo econômico do território.
Hong Kong, com seus investimentos, ajuda a alimentar as reformas pró-capitalismo na economia chinesa -responsáveis pela transformação do país em uma potência emergente.
Se Hong Kong teme Pequim, a China também teme Hong Kong. O governo chinês anunciou que, ao limitar liberdades civis no território, pretende impedir que a pequena Hong Kong se transforme numa "base de subversão", responsável por ventos democratizantes que levem mudanças por todo o país.



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