São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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Em risco de morte, o paciente deve ir ao pronto-socorro mais próximo

DA REPORTAGEM LOCAL

De repente, aparece aquela dor de cabeça intensa. Um dos lados do corpo fica dormente. Os músculos da face não respondem. Um dos olhos apresenta uma cegueira inexplicável. O que fazer? Para onde ir? A quem recorrer? Com tantas opções de hospitais e de prontos-socorros, qual escolher?
O médico Milton Glezer, 50, especialista em clínica médica, ex-supervisor do Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas, gerente de relacionamento médico do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da diretoria do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de São Paulo, recomenda: "Toda vez que você tiver a nítida sensação de que corre risco de morte iminente, vá para o PS mais próximo".
Se, no caso, o PS mais próximo for privado e o doente não tiver plano de saúde ou reservas para pagar o serviço, ele será acolhido, receberá o primeiro atendimento e, depois, será encaminhado a um serviço público. "O importante é não ficar sem socorro face ao risco de morte", diz Glezer.
Segundo o médico, os prontos-socorros do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina) e da Santa Casa têm equipes multidisciplinares formadas pelas melhores faculdades de medicina e enfermagem do país, capazes de atender com competência a qualquer situação de emergência.
Doutor, e não há risco de ficar na porta, esperando pelo atendimento durante horas? "Nunca. Isso não vai acontecer nunca", diz, peremptório. "Emergência é atendimento imediato nos PS públicos."
E se o caso não é de risco de morte iminente, mas de um incômodo forte? Ou uma gripe?
Segundo o médico, nesse caso, o doente com um plano de saúde complementar pode e deve escolher um pronto-socorro particular: "A tendência é que ele enfrente esperas menores e encontre melhores condições de hotelaria. Além disso, deixa-se o pronto-socorro público para casos em que de fato ele seja necessário".
Outro ponto enfatizado por Glezer diz respeito a remoções de pacientes com quadros de risco de morte. Segundo ele, em casos de pacientes que tenham de ir rapidamente ao pronto-socorro, o melhor é recorrer ao telefone 192 (do Samu) ou ao 193 (resgate do Corpo de Bombeiros).
Como as unidades do Samu e dos bombeiros estão espalhadas pela cidade, a ambulância chega mais rapidamente do que a do hospital. "Samu e resgate dos bombeiros são ágeis. Chegam em 10 ou 15 minutos", afirma o médico.
Por último: todo mundo, diante de um parente que começa a passar mal, tem a idéia imediata: colocá-lo no carro e tocar em alta velocidade para o hospital. Nem sempre essa é a melhor saída. Se o trânsito estiver congestionado, os carros do Samu e do Resgate serão muito mais velozes. Têm a vantagem adicional de oferecer atendimento médico de emergência já no caminho do hospital.
(LAURA CAPRIGLIONE)


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