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Em risco de morte, o paciente deve ir ao pronto-socorro mais próximo
DA REPORTAGEM LOCAL
De repente, aparece aquela
dor de cabeça intensa. Um dos
lados do corpo fica dormente.
Os músculos da face não respondem. Um dos olhos apresenta uma cegueira inexplicável. O que fazer? Para onde ir?
A quem recorrer? Com tantas
opções de hospitais e de prontos-socorros, qual escolher?
O médico Milton Glezer, 50,
especialista em clínica médica,
ex-supervisor do Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas,
gerente de relacionamento médico do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da diretoria do Samu (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência) de São Paulo, recomenda:
"Toda vez que você tiver a nítida sensação de que corre risco
de morte iminente, vá para o PS
mais próximo".
Se, no caso, o PS mais próximo for privado e o doente não
tiver plano de saúde ou reservas para pagar o serviço, ele será acolhido, receberá o primeiro atendimento e, depois, será
encaminhado a um serviço público. "O importante é não ficar
sem socorro face ao risco de
morte", diz Glezer.
Segundo o médico, os prontos-socorros do Hospital das
Clínicas da Universidade de
São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (antiga Escola Paulista de Medicina) e da
Santa Casa têm equipes multidisciplinares formadas pelas
melhores faculdades de medicina e enfermagem do país, capazes de atender com competência a qualquer situação de
emergência.
Doutor, e não há risco de ficar na porta, esperando pelo
atendimento durante horas?
"Nunca. Isso não vai acontecer
nunca", diz, peremptório.
"Emergência é atendimento
imediato nos PS públicos."
E se o caso não é de risco de
morte iminente, mas de um incômodo forte? Ou uma gripe?
Segundo o médico, nesse caso, o doente com um plano de
saúde complementar pode e
deve escolher um pronto-socorro particular: "A tendência é
que ele enfrente esperas menores e encontre melhores condições de hotelaria. Além disso,
deixa-se o pronto-socorro público para casos em que de fato
ele seja necessário".
Outro ponto enfatizado por
Glezer diz respeito a remoções
de pacientes com quadros de
risco de morte. Segundo ele, em
casos de pacientes que tenham
de ir rapidamente ao pronto-socorro, o melhor é recorrer ao
telefone 192 (do Samu) ou ao
193 (resgate do Corpo de Bombeiros).
Como as unidades do Samu e
dos bombeiros estão espalhadas pela cidade, a ambulância
chega mais rapidamente do que
a do hospital. "Samu e resgate
dos bombeiros são ágeis. Chegam em 10 ou 15 minutos", afirma o médico.
Por último: todo mundo,
diante de um parente que começa a passar mal, tem a idéia
imediata: colocá-lo no carro e
tocar em alta velocidade para o
hospital. Nem sempre essa é a
melhor saída. Se o trânsito estiver congestionado, os carros do
Samu e do Resgate serão muito
mais velozes. Têm a vantagem
adicional de oferecer atendimento médico de emergência
já no caminho do hospital.
(LAURA CAPRIGLIONE)
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