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HOSPITAL DO CORAÇÃO
Pioneiro em transplantes volta seu olhar a pesquisas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma administração estável e
uma equipe comprometida
com resultados de longo prazo.
Essa é a "sorte" do Hospital do
Coração, diz seu diretor-geral,
Adib Jatene. O HCor ficou em
segundo lugar na pesquisa Datafolha de melhores hospitais
de São Paulo na área de cardiologia, com 31% da preferência.
O próprio ex-ministro da
Saúde (1992 e 1995-1996) é
exemplo disso, participando da
instituição desde sua construção, em 1974. O engenheiro Antonio Carlos Kfouri é o superintendente do hospital da
inauguração, em 1976, até hoje.
Privado, o HCor é uma entidade beneficente sem fins lucrativos e tem como provedora
a Associação Sanatório Sírio, de
mulheres da comunidade árabe
paulistana. O objetivo filantrópico é oferecer atendimento
cardiológico a criança carente.
Esse foco levou à excelência
na área de cirurgia cardíaca pediátrica. A pediatria ocupa 11
leitos de um total de 43 na UTI.
"São poucos os hospitais com
capacidade de operar neonatos
[crianças com até 28 dias]", explica Ieda Jatene, chefe do serviço de cardiopediatria. Seu pai,
Adib Jatene, dá nome a uma
técnica chamada "cirurgia de
Jatene", que corrige no primeiro mês de vida anomalia congênita em que a artéria pulmonar
e a aorta estão invertidas. São
feitas até duas intervenções cirúrgicas em crianças por dia,
das quais 85% são filantrópicas.
Referência em procedimentos de alta complexidade, o
HCor é pioneiro em transplantes cardíacos, feitos desde 1985.
Nesse ano, o diretor clínico do
hospital, Luiz Carlos Bento de
Souza, fez lá o primeiro transplante cardiopulmonar da
América Latina. A instituição
tem dez salas de cirurgia.
"Não trabalhamos com nada
que não seja de ponta", afirma o
cardiologista Ibraim Masciarelli, do serviço de Imagem e
Diagnóstico, outro destaque do
HCor. Diferentemente de muitos hospitais, há uma só equipe
de diagnóstico por imagem
(raio-X, ultra-sonografia, tomografia e outros), composta
por radiologistas, cardiologistas e médicos nucleares. "Fazemos reuniões mensais para discutir qual o melhor exame para
determinado problema. Isso
elimina o viés do grupo", diz.
"Somos pioneiros absolutos
no Brasil em áreas como tomografia das coronárias", afirma
Eduardo de Sousa, diretor médico do HCor e pioneiro mundial na colocação de stents.
Após processo de quatro
anos, no fim de 2006 veio o certificado de acreditação internacional dado pela Joint Commission International. "Fizemos grandes mudanças, revimos a estrutura hierárquica
médica, a administração mudou procedimentos de 30 anos.
Espero que sirva de exemplo",
diz Pedro Mathiasi Neto, coordenador da Acreditação e vice-diretor médico do HCor.
O HCor também está montando o seu instituto de pesquisa, com médicos e enfermagem. "Hospitais particulares
do país não têm essa tradição,
como nos EUA, mas começam
a entender que é fundamental", diz Sousa.0
(ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA)
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