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CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Produção científica volumosa rende fruto
Próximo passo da área campeã em quantidade de pesquisas é difundir melhor seus trabalhos
em veículos estrangeiros
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Num país em que o setor
agropecuário colhe 30% do PIB
(Produto Interno Bruto), as
ciências agrárias levam primeiro lugar em quantidade de produção científica, segundo censo
do CNPq (Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico), mesmo sendo a
quinta área em número de cursos de pós-graduação.
O próximo passo é internacionalizar as pesquisas. "Temos pouca produção internacional. A intenção é globalizá-la", afirma José Oswaldo Siqueira, ex-integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia,
ex-representante de agrárias
na Capes e atual diretor de um
departamento no CNPq.
Em 2006, os pesquisadores
da área publicaram 50.921 artigos de circulação nacional, dos
quais 21.257 circularam internacionalmente. "É a trajetória
natural: primeiro, crescemos
em tamanho e, depois, refinamos a qualidade", avalia.
Os bons cursos permeiam todos os setores, que estão crescendo. No último triênio
(2004-2006), só em agrárias 1,
a maior do grupo, foram criados 26 programas.
O crescimento reflete-se no
número de alunos, que cresce
6% (mestres) e 12% (doutores)
ao ano. "Devemos passar de
1.000 doutores para 2.200 e de
2.500 mestres para 4.100 de
2000 a 2010", diz Siqueira.
Um terço dos programas da
área tem conceito igual ou superior a cinco, com maior concentração em genética e melhoramento de plantas, microbiologia agrícola, fitologia, entomologia e ecossistemas, fisiologia vegetal e ciências do solo.
Só em veterinária não foi registrada nenhuma nota sete
(houve duas na avaliação passada). "A área decidiu ser mais
dura, para permitir o crescimento dos programas", afirma
Rodrigo Costa Mattos, coordenador de veterinária na Capes.
Centros de excelência
Os centros de excelência do
país estão na Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz da Universidade de
São Paulo) e na Universidade
Federal de Viçosa (UFV). A
Esalq-USP obteve quatro conceitos sete e três notas seis, enquanto a UFV teve duas notas
sete e cinco conceitos seis. "São
excelentes. Há que se considerar que estão entre as mais antigas da pós", diz Isaías Olívio
Geraldi, ex-coordenador de
ciências agrárias na Capes.
Maurílio Alves Moreira, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFV, diz que foi decisivo para a escola ter feito
uma cooperação, na década de
60, com a Universidade Purdue
(EUA), que durou 15 anos.
"O principal objetivo era
criar a pós-graduação, que se
consolidou muito rapidamente", conta Moreira.
Hoje a UFV tem novas parcerias internacionais e está negociando um doutorado em conjunto com a Universidade da
Carolina do Norte (EUA) em
biotecnologia vegetal.
A Esalq-USP mantém ao menos 17 convênios formais no exterior, e seu programa internacional de pós em biologia celular e molecular (envolvendo
unidades das norte-americanas Rutgers e Universidade do
Estado de Ohio), está em avaliação na Capes.
(RGV)
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