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CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Cursos novos de Norte e Nordeste não fincaram raízes
Em todo o país, 23% obtiveram conceito regular na avaliação da Capes, em especial os que estão menos consolidados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O conceito três, equivalente a
"regular" e o mínimo aceitável
para um curso de pós ser credenciado pela Capes, aparece
em programas de todas as áreas
de ciências agrárias, mais freqüentemente nas instituições
das regiões Norte e Nordeste.
"Estamos analisando por que
eles não se desenvolvem e procurando dar instrumentos para
que isso aconteça", diz José Oswaldo Siqueira, ex-integrante
do Conselho Técnico-Científico, ex-representante da área na
Capes e diretor de um departamento no CNPq.
Foram 57 conceitos medianos, o que abrange 23,17% dos
cursos da área -a maioria localizada em Estados como Bahia,
Goiás, Pará, Amazonas, Pernambuco e Tocantins.
Entre os 246 programas, só
um foi descredenciado, o de microbiologia veterinária, da
UFRRJ (Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro), por
"insuficiência de produção docente", segundo informou a
instituição.
"Embora os programas tenham melhorado, houve piora
nos conceitos devido ao maior
nível de exigência desta edição
da avaliação. O grande número
de programas com três e quatro
deveu-se também ao fato de
muitos cursos serem novos e
não estarem consolidados",
afirma Isaías Geraldi, ex-coordenador de ciências agrárias.
Mas as notas baixas apareceram até mesmo em centros de
excelência. É o caso do programa de microbiologia agrícola
da Esalq-USP (Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz
da Universidade de São Paulo).
"Esse curso não atingiu o número necessário de publicações porque é interdepartamental, ou seja, tem docentes
de diferentes programas", lamenta Sérgio Pascholati, presidente da comissão de pós-graduação da Esalq-USP.
Nas avaliações anteriores, isso não seria problema, já que a
produção do pesquisador que
participava de dois ou mais
grupos de áreas predominantes
diferentes era computada uma
vez em cada um deles.
Neste triênio, porém, na
grande área de ciências agrárias, cada obra contou apenas
para a subárea de origem do
pesquisador, o que prejudicou a
nota dos cursos com docentes
que têm "um pé em cada barco". Nesses casos houve uma
queda no volume de produção
científica vinculada ao curso,
um dos principais quesitos
considerados na avaliação.
Fim do programa
Outros fatores influenciaram
a diminuição de alguns conceitos. O mestrado nota três em
ciências agrárias da UnB (Universidade de Brasília), por
exemplo, está em desativação.
"Era um curso muito abrangente envolvendo as áreas de
agronomia, zootecnia e veterinária. Em 2006, desmembramos esse curso em dois novos
programas: ciências animais e
saúde animal", conta Márcio
Pimentel, decano de pesquisa e
pós-graduação da UnB.
Neste ano, a universidade
criou um programa de mestrado e doutorado especificamente na área de agronomia, que teve nota quatro na Capes.
(RGV)
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