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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Sem professores, universidades têm conceito regular
Aposentadoria e falta de docente prejudicam a nota de alguns programas de instituições federais na avaliação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Por ser a maior do setor biológico, a subárea de ciências
biológicas 1 foi também a que
mais teve programas descredenciados e com nota três.
Foram três descredenciamentos (do total de quatro) e
25 notas três (de 34) em cursos
de biologia, botânica, genética,
oceanografia biológica e zoologia. Nem todos os regulares
têm problema: 13 (38%) são novos e têm mestrado ou doutorado iniciados depois de 2004.
Para o coordenador de biológicas 2, Adalberto Vieyra, é um
equívoco considerar todas as
notas três da mesma forma.
"Há uma transformação pouco percebida, especialmente
nas regiões de fronteira. Cursos
de pós têm um significado
enorme para essa população.
Prefiro um curso três em algumas áreas do que nenhum", diz.
Metade dos regulares está no
Norte, seguido por Nordeste e
Centro-Oeste, embora essas regiões tenham o menor percentual de cursos -11%, 15% e
8,6%, respectivamente, contra
43% no Sudeste e 22% no Sul.
A UFPI (Universidade Federal do Piauí) abriu em março do
ano passado um mestrado em
farmacologia que debutou com
nota três. "É o único de ciências
biológicas 2 na UFPI, e acreditamos que outros devam ser
criados", diz a coordenadora do
programa, Fernanda Almeida.
Segundo ela, a UFPI ainda
não tem docentes qualificados
suficientes para submeter outras propostas à Capes.
Já o doutorado em genética
da UFPR (Universidade Federal do Paraná) recebeu nota
três por outro tipo de problema: a aposentadoria de professores. "Quando isso ocorre sem
rápida recomposição do quadro, há uma fase de transição.
Esse aspecto não é considerado
na avaliação", diz a pró-reitora
de pós-graduação da UFPR,
Maria Benigna de Oliveira.
Fechando as portas
Entre os descredenciados está o mestrado profissional em
morfologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
que, segundo a universidade,
está fechado há dois anos.
"Vamos pedir à Capes que
corrija essa informação", afirma Helena Nader, coordenadora de pós-graduação em ciências biológicas da instituição.
O mesmo ocorre com o mestrado em ciências biológicas da
Univap (Universidade do Vale
do Paraíba), embora o curso esteja funcionando para que os
últimos alunos recebam diplomas. "Focado em genética, não
tinha demanda", conta Marcos
Tadeu Pacheco, pró-reitor de
pesquisa e pós-graduação.
Já no caso do mestrado em
genética e biologia molecular
da UFRGN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte),
o problema, segundo a pró-reitora de pós-graduação, Edna
Maria da Silva, é o corpo docente restrito (cinco professores).
"Preferiram levar as matérias
para outras áreas de concentração, como biotecnologia."
O representante de ciências
do mar da Universidade Santa
Úrsula não foi encontrado para
falar sobre o descredenciamento de seu programa.
(RGV)
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