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CIÊNCIAS HUMANAS
Bolsas são restritas nos cursos com avaliação razoável
Com dificuldade de exigir dedicação integral de discentes, eles incentivam os alunos a participar de congressos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ao cumprir minimamente as
exigências de qualidade da avaliação, instituições enfrentam
um problema além da nota regular: dificuldade para ter financiamento à pesquisa.
É o que acontece com psicologia e educação, que têm amplo espectro de programas. "Investimento insuficiente repercute nas condições de funcionamento, sobretudo dos públicos", argumenta Oswaldo Yamamoto, ex-representante da
área de psicologia na Capes.
De acordo com Yamamoto, a
quantidade restrita de bolsas
faz com que os alunos não possam se dedicar integralmente a
atividades de pesquisa e ensino.
"A maior parte dos nossos
alunos não tem bolsas e trabalha, logo não podemos exigir
que o mestrado seja defendido
em dois anos sem prejuízo do
aprofundamento", assinala
Ana Maria Cavaliere, coordenadora da pós em educação da
UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro).
Nesse programa, o número
de bolsas foi reduzido ao ser rebaixado ao conceito três, em
2004, e a redução do prazo de
titulação é uma das recomendações feitas a ele pela Capes.
Diante da impossibilitada
dedicação integral, pesquisadores aliam atividades profissionais à produção científica. Foi o
que fez Juçara Bedim, 55, que
seguiu dando aulas enquanto
fazia doutorado na UFRJ.
"Nossos pesquisadores
atuam em escolas e programas
educacionais, além de se dedicarem à pesquisa científica",
explica Robert Evan Verhine,
representante da área.
O curso de pós-graduação em
educação na UFRJ existe desde
1980, mas a instituição viu seu
conceito ser diminuído a regular na avaliação trienal de 2004.
"Tínhamos diversas áreas de
concentração, o programa estava desorganizado e não seguia
as orientações da Capes", justifica a coordenadora Cavaliere.
Sua nota não foi elevada, mas
ela conta que as medidas melhoraram resultados. "Os primeiros anos do triênio apresentam resultados da fase da
crise institucional por que passamos, com muitos professores
afastados por aposentadoria."
Ida a congressos
Outras faculdades tradicionais, como a UEL (Universidade Estadual de Londrina), também refletem em seu conceito a
recente adequação do programa aos critérios da Capes.
Cientes da relevância da participação de alunos em congressos, departamentos de instituições públicas designam
parte de seu orçamento a isso,
para ajudá-los "a participar de
eventos onde apresentarão
seus projetos", conforme afirma Sueli Rufini Guimarães,
coordenadora do programa de
pós em educação pela UEL.
O quadro se repete em boa
parte das universidades públicas. "Há verba para transporte,
além de cota de diárias para
congressos", explica Elisa Massena, doutoranda pela UFRJ.
Mesmo com os esforços, o
professor Yamamoto alerta: "O
financiamento não acompanha
o crescimento do sistema".
Com 60% dos programas de
educação e 69% dos de psicologia em instituições públicas, a
dotação orçamentária está
aquém do cenário desejado até
2010, que vislumbrava dobrar o
número de doutores formados
nesse qüinqüênio.
(CC)
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