São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997.

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Mercado dirigiu preço mínimo

A avaliação tem sido um dos pontos mais questionados. O valor estimado da jazida de ouro de Serra Leste (PA), por exemplo, passou de R$ 10 milhões para R$ 240 milhões, ante o protesto de geólogos que consideraram o valor inicial subavaliado em muito.
Outro protesto -do almirante Henrique Sabóia- provocou uma diferença de R$ 20 milhões no preço da Docenave, a empresa de navegação do grupo. Ou seja, não teria havido o rigor necessário. Prevaleceu, segundo os críticos do processo, a lógica dos compradores. Com isso, a Vale acaba custando o que os potenciais compradores concordam em pagar.
Outro questionamento ao preço fixado para a estatal é que o BNDES insiste em tratar a Vale como simples produtora de minério de ferro -um recurso de baixo preço no mercado internacional e de futuro duvidoso, em um mundo onde só se fala em novos materiais. O governo não daria importância para o fato de que a Vale do Rio Doce é um sistema de logística, que vem diversificando suas fontes de receita.
Há ainda o argumento de que os direitos minerais da Vale entraram na avaliação da empresa com preço zero. Só que, sem os direitos, ou não se faz negócio ou o preço da empresa cai. Para se ter uma idéia do que significam os direitos: mantido o atual ritmo de exploração, as reservas de minério de ferro da Vale duram mais 400 anos. As decisões sobre a exploração das jazidas passam para a iniciativa privada, que terá direitos perpétuos de lavra.

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