São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997.

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Subsolo pode ser desnacionalizado

Optando por vender as ações da União em bloco, e não pulverizadas, o governo agiu para evitar que os fundos de pensão controlassem a Vale. Os fundos têm dinheiro e já detêm 15% das ações ordinárias da empresa, mas não terão fôlego para arrematar as ações em bloco no leilão. Isso será coisa para grupos estrangeiros. Dessa forma, desnacionaliza-se não só a empresa, como também o subsolo.
Argumento complementar é que, se a privatização tiver sucesso, os minérios brasileiros voltarão às mãos do espólio do finado império Britânico por intermédio de transnacionais de mineração, como a Anglo-American.
O forte destas empresas não é o minério de ferro, mas ouro e não-ferrosos, produtos que dentro de uma década serão provavelmente mais importantes que o ferro para a receita e o lucro da Vale.
Diz-se, ainda, que, vendendo a Vale em bloco, o governo estará entregando de presente, lá para fora, o pensamento e os cientistas da Vale que, por 50 anos, estudaram o subsolo brasileiro.

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