São Paulo, segunda-feira, 27 de maio de 2002

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COPA 2002 - CORÉIA/JAPÃO

Previsão de tempestades no caminho do Brasil cria cenário adequado ao jogo de Scolari e inédito para a seleção desde 1978

Vai chover

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SEUL

A primeira Copa na Ásia deve ser a mais molhada da história.
O torneio será realizado no início da temporada de chuvas da Coréia do Sul e do Japão, dois dos lugares com maiores índices pluviométricos do planeta.
Nos 16 Mundiais anteriores, nunca a possibilidade de chuva foi tão grande. Na Europa, o clima seco do verão sempre ajudou. Quando a Fifa levou a jóia de sua coroa para países tropicais, como o Brasil, o fez no inverno do hemisfério Sul, quando as precipitações são bem mais raras.
Como o risco de tempestades é maior na segunda quinzena de junho, jogos decisivos devem ocorrer em campos encharcados, prevê o órgão coreano responsável pelas previsões meteorológicas.
Mesmo se dizendo confiantes na drenagem de seus modernos estádios, os organizadores do Mundial não arriscam.
Na semana passada, em um amistoso contra a Coréia da Sul, a seleção da Escócia foi proibida de fazer o reconhecimento do gramado do estádio de Busan, uma das sedes da Copa, para não colocar em risco o gramado, que era castigado por uma tempestade.
Se pode tirar o brilho técnico da Copa, a temporada de chuvas tem tudo para agradar a Luiz Felipe Scolari, o técnico do Brasil.
Foi em campos enlameados que ele fez sua carreira como jogador no futebol gaúcho. Depois, como treinador, virou especialista em montar equipes que se aproveitavam de gramados "pesados" para levar vantagem no jogo aéreo.
Mas a chuva não faz parte da rotina brasileira em Copas desde 1938, na Itália, quando superou a Polônia, na molhada prorrogação, por 6 a 5 (quatro gols, um deles de pé descalço, de Leônidas, o artilheiro daquele Mundial).
Na última vez em que foi campeão, em 1994, o Brasil passou pela Itália na cidade norte-americana de Los Angeles, que, em julho, o mês daquela decisão, registra índice pluviométrico zero.
Em 1970, quando ganhou o tricampeonato, a seleção fez suas atuações mais memoráveis jogando sempre sob o sol mexicano.
A possibilidade de campos molhados preocupa -e, em alguns casos, satisfaz- os goleiros, que reclamaram da bola da Copa da Ásia, considerada muito leve.


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