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COPA 2002 - CORÉIA/JAPÃO
Previsão de tempestades no caminho do Brasil cria cenário adequado ao jogo de Scolari e inédito para a seleção desde 1978
Vai chover
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SEUL
A primeira Copa na Ásia deve
ser a mais molhada da história.
O torneio será realizado no início da temporada de chuvas da
Coréia do Sul e do Japão, dois dos
lugares com maiores índices pluviométricos do planeta.
Nos 16 Mundiais anteriores,
nunca a possibilidade de chuva
foi tão grande. Na Europa, o clima
seco do verão sempre ajudou.
Quando a Fifa levou a jóia de sua
coroa para países tropicais, como
o Brasil, o fez no inverno do hemisfério Sul, quando as precipitações são bem mais raras.
Como o risco de tempestades é
maior na segunda quinzena de junho, jogos decisivos devem ocorrer em campos encharcados, prevê o órgão coreano responsável
pelas previsões meteorológicas.
Mesmo se dizendo confiantes
na drenagem de seus modernos
estádios, os organizadores do
Mundial não arriscam.
Na semana passada, em um
amistoso contra a Coréia da Sul, a
seleção da Escócia foi proibida de
fazer o reconhecimento do gramado do estádio de Busan, uma
das sedes da Copa, para não colocar em risco o gramado, que era
castigado por uma tempestade.
Se pode tirar o brilho técnico da
Copa, a temporada de chuvas tem
tudo para agradar a Luiz Felipe
Scolari, o técnico do Brasil.
Foi em campos enlameados que
ele fez sua carreira como jogador
no futebol gaúcho. Depois, como
treinador, virou especialista em
montar equipes que se aproveitavam de gramados "pesados" para
levar vantagem no jogo aéreo.
Mas a chuva não faz parte da rotina brasileira em Copas desde
1938, na Itália, quando superou a
Polônia, na molhada prorrogação, por 6 a 5 (quatro gols, um deles de pé descalço, de Leônidas, o
artilheiro daquele Mundial).
Na última vez em que foi campeão, em 1994, o Brasil passou pela Itália na cidade norte-americana de Los Angeles, que, em julho,
o mês daquela decisão, registra
índice pluviométrico zero.
Em 1970, quando ganhou o tricampeonato, a seleção fez suas
atuações mais memoráveis jogando sempre sob o sol mexicano.
A possibilidade de campos molhados preocupa -e, em alguns
casos, satisfaz- os goleiros, que
reclamaram da bola da Copa da
Ásia, considerada muito leve.
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