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Técnico sobrevive à dança das cadeiras
Ele é associado a tudo que é
atrasado no futebol. Mas, pelo
menos em um conceito tido como
"moderno", Eurico Miranda, presidente do Vasco, dá aula.
Que o diga Antônio Lopes, 61,
que tem uma estabilidade rara para um treinador no país.
Nos últimos 20 anos, sempre
com Eurico mandando no futebol
vascaíno, Lopes comandou o
Vasco em nove edições do Nacional, em que acumulou 168 jogos.
Nenhum treinador, em toda a
história da competição, fez tantas
partidas dirigindo um só clube.
"Fiquei esse tempo todo porque
a diretoria do clube tem muita
confiança em mim. E também
conta muito o fato de eu ser o treinador mais laureado da história
do Vasco. Ninguém ganhou tantos títulos", disse Lopes, sobre seu
reinado em São Januário.
Se é verdade que conquistou
muitos títulos na década passada,
como o Brasileiro de 1997 e a Libertadores de 1998, o treinador é
prestigiado no clube até quando
colhe resultados ruins.
No ano passado, por exemplo, o
Vasco de Lopes não passou do 15º
lugar. Quando esse tipo de coisa
acontece, a relação cordial com
Eurico, que nunca é contestado
pelo técnico, prevalece.
"Tenho uma relação muito boa
com o Dr. Eurico e com a torcida
do clube. Esses são meus pilares
de sustentação aqui", disse.
O caso de amor entre Lopes e o
clube carioca é raro no Nacional.
Dos 22 clubes que irão disputar
a primeira divisão e que também
estavam na elite no ano passado,
apenas dez têm hoje o mesmo
treinador da época do encerramento do último Campeonato
Brasileiro -o que ocorreu, aliás,
há pouco mais de três meses.
A degola correu solta no Nacional de 2002. Mesmo com pouco
mais de quatro meses de duração,
das 26 agremiações na disputa, 12
conseguiram terminar o torneio
com o mesmo comando técnico.
"Tenho convicção de que nosso
elenco é competitivo e pode brigar pelo título", prometeu um Lopes tranquilo com seu emprego.
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