São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001

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OPOSTOS

Ação voluntária pode ser feita por gigantes ou pequenas empresas

Tamanho não impede atividade social

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os executivos Renato Branco e Paulo Castro dedicam-se ao trabalho social e a mobilizar seus funcionários para o voluntariado.
Branco é um dos donos da consultoria de administração para clínicas médicas, veterinárias e odontológicas Staff co., de Belo Horizonte, cujo faturamento bruto anual fica entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. Três de seus quatro funcionários são voluntários.
Castro é presidente do Instituto C&A, ligado à loja de departamentos de mesmo nome, que fatura de US$ 1,2 bilhão a US$ 1,5 bilhão anualmente. Dos 8.194 empregados da C&A, 18% (1.474) estão envolvidos com voluntariado.
Não importa o tamanho da empresa: pode ser gigante ou micro, todas podem estimular trabalho voluntário entre os funcionários, segundo consultores do terceiro setor. As empresas, porém, devem desenvolver projetos de acordo com sua capacidade. "Cada uma faz a seu modo. Não há uma regra rígida", diz a coordenadora geral do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário, Márcia Tedesco Dalcceco.
"As empresas de grande porte vêem a responsabilidade social como parte do negócio e criam institutos e fundações para gerenciar as ações. As médias destacam alguns líderes para que eles organizem o voluntariado interno a partir das necessidades apontadas pelos próprios funcionários. Nas pequenas, muitas vezes, a iniciativa parte do dono, que procura ajudar a comunidade onde sua empresa está instalada", diz.
A C&A é uma das pioneiras do voluntariado empresarial no Brasil. Criou seu próprio instituto há dez anos.
Na Staff co., o voluntariado interno começou a ser desenvolvido em junho deste ano. O objetivo é dar noções de culinária para as 67 crianças de uma creche localizada próxima à empresa.
Cada funcionário é liberado três horas quinzenalmente para que possa visitar a creche.
Na C&A, os programas sociais são desenhados de acordo com o interesse dos funcionários. A única exigência é que os programas atendam crianças e adolescentes, público-alvo do instituto.
O corpo de voluntários da C&A atua de forma independente. As ações são organizadas de acordo com as necessidades locais.
Os cem projetos da empresa são desenvolvidos dentro das comunidades onde suas 72 lojas estão localizadas. Mais de 13.500 crianças e de 8.800 adolescentes são beneficiados por ano em projetos educacionais.
Até o final de 2001, R$ 6,5 milhões terão sido aplicados em ações sociais pela empresa, principalmente na forma de recursos materiais e financeiros.
Castro afirma que o incentivo ao voluntariado interno não requer grande investimento.
Para ele, o voluntariado empresarial não está ligado ao porte da companhia.
"As empresas podem disponibilizar às entidades outros recursos que não sejam financeiros, como tecnologia e habilidade em gestão", diz. "A criatividade é que faz a diferença."


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