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OPOSTOS
Ação voluntária pode ser feita por gigantes ou pequenas empresas
Tamanho não impede atividade social
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os executivos Renato Branco e
Paulo Castro dedicam-se ao trabalho social e a mobilizar seus
funcionários para o voluntariado.
Branco é um dos donos da consultoria de administração para
clínicas médicas, veterinárias e
odontológicas Staff co., de Belo
Horizonte, cujo faturamento bruto anual fica entre R$ 250 mil e R$
300 mil. Três de seus quatro funcionários são voluntários.
Castro é presidente do Instituto
C&A, ligado à loja de departamentos de mesmo nome, que fatura de US$ 1,2 bilhão a US$ 1,5 bilhão anualmente. Dos 8.194 empregados da C&A, 18% (1.474) estão envolvidos com voluntariado.
Não importa o tamanho da empresa: pode ser gigante ou micro,
todas podem estimular trabalho
voluntário entre os funcionários,
segundo consultores do terceiro
setor. As empresas, porém, devem desenvolver projetos de
acordo com sua capacidade. "Cada uma faz a seu modo. Não há
uma regra rígida", diz a coordenadora geral do Comitê Brasileiro
do Ano Internacional do Voluntário, Márcia Tedesco Dalcceco.
"As empresas de grande porte
vêem a responsabilidade social
como parte do negócio e criam
institutos e fundações para gerenciar as ações. As médias destacam
alguns líderes para que eles organizem o voluntariado interno a
partir das necessidades apontadas
pelos próprios funcionários. Nas
pequenas, muitas vezes, a iniciativa parte do dono, que procura
ajudar a comunidade onde sua
empresa está instalada", diz.
A C&A é uma das pioneiras do
voluntariado empresarial no Brasil. Criou seu próprio instituto há
dez anos.
Na Staff co., o voluntariado interno começou a ser desenvolvido
em junho deste ano. O objetivo é
dar noções de culinária para as 67
crianças de uma creche localizada
próxima à empresa.
Cada funcionário é liberado três
horas quinzenalmente para que
possa visitar a creche.
Na C&A, os programas sociais
são desenhados de acordo com o
interesse dos funcionários. A única exigência é que os programas
atendam crianças e adolescentes,
público-alvo do instituto.
O corpo de voluntários da C&A
atua de forma independente. As
ações são organizadas de acordo
com as necessidades locais.
Os cem projetos da empresa são
desenvolvidos dentro das comunidades onde suas 72 lojas estão
localizadas. Mais de 13.500 crianças e de 8.800 adolescentes são beneficiados por ano em projetos
educacionais.
Até o final de 2001, R$ 6,5 milhões terão sido aplicados em
ações sociais pela empresa, principalmente na forma de recursos
materiais e financeiros.
Castro afirma que o incentivo
ao voluntariado interno não requer grande investimento.
Para ele, o voluntariado empresarial não está ligado ao porte da
companhia.
"As empresas podem disponibilizar às entidades outros recursos que não sejam financeiros, como tecnologia e habilidade em
gestão", diz. "A criatividade é que
faz a diferença."
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