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Seguranças montaram
"mercado paralelo"
da Sucursal do Rio
Seguranças contratados pela
produção do show do U2 montaram um esquema paralelo de venda de ingressos no portão 1 do autódromo Nelson Piquet.
Vários seguranças que vestiam a
camiseta com inscrição "controle" portavam talões de ingressos.
Eles os ofereciam a fãs que chegavam atrasados e sem entrada.
Quase todos os ingressos eram
de arquibancada e tinham preço
oficial de R$ 20. Na revenda, o preço original era mantido, mas o segurança informava que o ingresso
estava valendo para o gramado e
que a entrada seria facilitada.
Um homem com um rádio parecia comandar a revenda. Questionado pela Folha, ele não quis se
identificar. Disse que era segurança e reconheceu estar vendendo
ingressos.
"A gente tem que se virar, estou
fazendo um extra", disse. Pelo rádio, o homem acompanhava toda
a movimentação do staff de produção nas imediações e dentro do
autódromo.
A venda paralela de ingressos tinha a participação de, pelo menos,
30 seguranças. Fora do autódromo, eles conversavam com fãs interessados em comprar ingressos e
os encaminhavam ao portão, onde
outro grupo cuidava da venda.
A Folha flagrou o momento em
que um segurança facilitava a passagem de um grupo de nove fãs da
pista 2 (ingresso a R$ 30) para a
área de gramado (R$ 50), através
de uma fresta num tapume que separava os dois setores.
O estudante Flávio Andrade, que
não conseguiu passar, contou que
o segurança cobrava R$ 5 por pessoa para permitir o "upgrade".
O segurança, que não quis se
identificar, negou a existência de
propina. O produtor italiano da
turnê "PopMart", Fran Tomasi,
classificou os fatos presenciados
pela Folha como "graves".
"Talvez os seguranças que estavam vendendo ingressos tenham
recebido convites que não utilizaram", afirmou. Quando à facilitação para a mudança de setor, disse
que "isso é muito errado".
(FE e MMo)
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