São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

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EM CASA

Presente nem sempre diverte bebê

Pais contam que pequenos deixaram de lado brinquedos caros e preferiram coisas da casa

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto as crianças menores não têm a desenvoltura das mais velhas para pedir um brinquedo, os pais se preocupam em não incentivar seu consumo desde o berço. E contam que, até os quatro anos, os pequenos se divertem com objetos corriqueiros de casa.
De 12 famílias entrevistadas, 8 demonstraram essa inquietação. "A gente não consome tantos brinquedos, principalmente fora de datas especiais", conta a fotógrafa Valeria Grzywacz, 36, mãe de Joana, 3.
A bióloga Ana Paula Carmignotto, 32, mãe dos gêmeos João e Manoel, que têm dez meses, concorda. E acrescenta que sua casa é um parque de diversões para os gêmeos, que adoram escalar móveis para explorar cantos -os CDs exercem imenso fascínio. "Também brincam com sucata e garrafa PET."
Alguns pais, no entanto, não resistem ao que a indústria acabou de lançar. É o caso da estudante de veterinária Paula Pasquale Lezy, 33, que comprou vários brinquedos que estimulam sentidos, coordenação motora e imaginação assim que seu filho, Frederico, 3, nasceu.
A casa logo ficou cheia de brinquedos, muitos deles encostados em pouco tempo. "No começo, você se empolga, acha que é tudo importante. Eu me arrependi, pois o tempo de vida desses brinquedos é muito curto para o quanto é pago por eles", diz a mãe de Frederico, que adora quebrar e desmontar carrinhos para transformá-los em castelos e fortalezas.

Pequeno consumidor
Gabriela Basílio Ribeiro, 34, psicóloga e mãe de Luiza, 2, conta que investiu R$ 300 em uma casinha para a filha no Dia da Criança do ano passado. "Era sofisticada. Acho que ela não brincou tanto quanto eu imaginei que fosse brincar."
Já aos quatro anos de idade, as crianças dão os primeiros passos como promissores consumidores de brinquedos.
Vittoria, 4, filha única de Claudia Vennesi, 44, já sabe o que quer ganhar no Dia da Criança. "Ela pediu algumas bonecas e uma caneta mágica. Mas não compro tudo o que ela quer, não. É um brinquedo e pronto", crava a mãe, que acredita no potencial dos brinquedos para promover estímulos. "O brinquedo é uma forma de interagir com o mundo."
Antes de comprar, é preciso atentar para a qualidade e a segurança do produto. "Nada de plástico duro, com peças pequenas e objetos pontiagudos. Vejo se é indicado para a idade deles antes de tudo", diz Ana Paula Floriano, 36, mãe dos trigêmeos Isabela, Carolina e Pedro, de dez meses.
A jornalista Ana Paula Lattes Marinho, 32, fica também bastante atenta às indicações corretas dos brinquedos nas embalagens. "Só compro brinquedo indicado para a faixa etária dela. E tem que ter o selo do Inmetro", explica. (GR)


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