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EM CASA
Presente nem sempre diverte bebê
Pais contam que pequenos deixaram de lado brinquedos caros e preferiram coisas da casa
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto as crianças menores não têm a desenvoltura das
mais velhas para pedir um brinquedo, os pais se preocupam
em não incentivar seu consumo desde o berço. E contam
que, até os quatro anos, os pequenos se divertem com objetos corriqueiros de casa.
De 12 famílias entrevistadas,
8 demonstraram essa inquietação. "A gente não consome tantos brinquedos, principalmente fora de datas especiais", conta a fotógrafa Valeria Grzywacz,
36, mãe de Joana, 3.
A bióloga Ana Paula Carmignotto, 32, mãe dos gêmeos João
e Manoel, que têm dez meses,
concorda. E acrescenta que sua
casa é um parque de diversões
para os gêmeos, que adoram escalar móveis para explorar cantos -os CDs exercem imenso
fascínio. "Também brincam
com sucata e garrafa PET."
Alguns pais, no entanto, não
resistem ao que a indústria acabou de lançar. É o caso da estudante de veterinária Paula Pasquale Lezy, 33, que comprou
vários brinquedos que estimulam sentidos, coordenação motora e imaginação assim que
seu filho, Frederico, 3, nasceu.
A casa logo ficou cheia de
brinquedos, muitos deles encostados em pouco tempo. "No
começo, você se empolga, acha
que é tudo importante. Eu me
arrependi, pois o tempo de vida
desses brinquedos é muito curto para o quanto é pago por
eles", diz a mãe de Frederico,
que adora quebrar e desmontar
carrinhos para transformá-los
em castelos e fortalezas.
Pequeno consumidor
Gabriela Basílio Ribeiro, 34,
psicóloga e mãe de Luiza, 2,
conta que investiu R$ 300 em
uma casinha para a filha no Dia
da Criança do ano passado.
"Era sofisticada. Acho que ela
não brincou tanto quanto eu
imaginei que fosse brincar."
Já aos quatro anos de idade,
as crianças dão os primeiros
passos como promissores consumidores de brinquedos.
Vittoria, 4, filha única de
Claudia Vennesi, 44, já sabe o
que quer ganhar no Dia da
Criança. "Ela pediu algumas
bonecas e uma caneta mágica.
Mas não compro tudo o que ela
quer, não. É um brinquedo e
pronto", crava a mãe, que acredita no potencial dos brinquedos para promover estímulos.
"O brinquedo é uma forma de
interagir com o mundo."
Antes de comprar, é preciso
atentar para a qualidade e a segurança do produto. "Nada de
plástico duro, com peças pequenas e objetos pontiagudos.
Vejo se é indicado para a idade
deles antes de tudo", diz Ana
Paula Floriano, 36, mãe dos trigêmeos Isabela, Carolina e Pedro, de dez meses.
A jornalista Ana Paula Lattes
Marinho, 32, fica também bastante atenta às indicações corretas dos brinquedos nas embalagens. "Só compro brinquedo indicado para a faixa etária
dela. E tem que ter o selo do Inmetro", explica.
(GR)
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