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OUTRO LADO
Congressistas mais ausentes contestam números fornecidos pela Câmara e Senado sobre presença
Ausentes estranham suas faltas
PAULO SILVA PINTO
da Sucursal de Brasília
Os deputados e senadores que
integram o ranking dos mais faltosos têm diferentes explicações
para as faltas, como doença e
campanha eleitoral. Muitos estranham o número de faltas fornecido pela administração da
Câmara e do Senado.
A seguir, as explicações dos deputados que estiveram entre os
dez mais ausentes da Câmara nas
sessões deliberativas ordinárias
de 96:
Carlos Nelson (PMDB-SP): ``É
pena que a Folha inclua entre as
faltas as licenças por interesse
particular, prejudicando deputados que agiram com lisura e ficaram sem vencimentos. Dar lugar
ao suplente é complicado, ainda
mais no PMDB, que não é coeso''.
Carlos Airton (PPB-AC): ``Tive problemas de garganta e labirintite pelo clima seco de Brasília. Mas duvido ter faltado tanto
assim''.
José Pinotti (PMDB-SP): ``As
faltas foram durante a campanha
para prefeito de São Paulo. Não
pedi licença porque a candidatura estava pendente na Justiça''.
Rita Camata (PMDB-ES): ``Tirei licença para concorrer à Prefeitura de Vitória (ela perdeu a
eleição). Achei que não seria ético continuar com o salário e tive
até que vender o carro. Há deputados que pediram licença de
saúde para participar das eleições''.
Senadores
A seguir, as explicações dos senadores que estiveram entre os
mais ausentes do Senado nas sessões deliberativas ordinárias de
96:
José Eduardo Andrade Vieira
(PTB-PR): ``Após deixar o cargo
de ministro da Agricultura, pedi
licença de 30 dias para reestruturar o Bamerindus (ele é o maior
acionista do banco)''.
Romero Jucá (PFL-RR):
``Acho que não faltei nem a 7%
das sessões. Eu vivo aqui em Brasília''.
Onofre Quinan (PMDB-GO):
Não quis atender a reportagem e
disse, por intermédio de sua assessoria, que os dados eram incorretos. Depois os confirmou.
José Bianco (PFL-RO): ``Não
creio nesse número. Vou checar''.
Jader Barbalho (PMDB-PA), líder do seu partido no Senado:
Não foi encontrado. Seu assessor
de imprensa, Luiz Terra, disse
que Barbalho às vezes não vai ao
plenário mesmo estando no Senado porque, como líder do
PMDB, tem que passar o dia em
reuniões.
Os demais deputados e senadores do ranking dos mais faltosos
foram procurados pela Folha entre os dias 24 e 26 de janeiro, mas
não foram encontrados nem deram retorno aos telefonemas.
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