São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

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Avaliação tem mais cursos e melhora em qualidade

Quantidade de notas máximas concedidas pela Capes aumenta 35%; reprovação cresce, mas em ritmo menor

Marcelo Justo/Folhapress
Carlos Cerqueira, 25, faz doutorado no programa de Química da USP, que recebeu nota máxima

CRISTIANE CAPUCHINHO
DE SÃO PAULO

Cursos de mestrado (acadêmico e profissional) e de doutorado de todo o país receberam, em dezembro de 2010, suas notas finais após a quarta edição da avaliação trienal da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
O panorama foi positivo. Foram avaliados 2.718 programas -20% a mais do que na avaliação passada-, e a qualidade deles melhorou. A maior parte (33,9%) obteve nota 4 em uma escala que vai de 1 (pior) a 7 (melhor).
O crescimento dos considerados excelentes e com qualidade de nível internacional, que recebem nota 6 ou 7, foi de 35,4% (são 321 no total).
Também houve mais descredenciamentos (notas 1 e 2). Foram 61 programas, 2,2% do total. Na anterior, somavam 1,7%. A reprovação cresceu mais entre os mestrados profissionais -7% de 243 programas, contra os 3,8% da avaliação anterior.
"Os cursos com excelência estão em instituições consolidadas, que pesquisam e são reconhecidas há muito tempo", afirma Jorge Guimarães, presidente da Capes.
"Entre os descredenciados, há os que foram prematuramente credenciados, os que não receberam atenção devida e os que perderam parte dos docentes."
Para acompanhar o crescimento dos cursos e consolidar os abertos recentemente, o processo de análise deve mudar. Os que têm o conceito máximo em avaliações seguidas devem ser analisados em intervalos maiores.
Já os que tiram 3 seguidamente podem ter exames mais frequentes. "O acompanhamento deve ser menos gerencial e mais pedagógico, com visitas e aconselhamento estratégico para melhorar", explica Guimarães.

NOVAS REGRAS
A pós cresce, mas o número de pesquisadores na ativa é reduzido em relação a países em desenvolvimento, segundo levantamento de Carlos Henrique Brito Cruz, diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Em 2008, havia 1,3 pesquisador para cada mil trabalhadores no Brasil, enquanto na Argentina essa proporção é de 2 para cada mil e, na Coreia do Sul, de 9,7 para cada mil, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia.
"Um dos gargalos é o valor da bolsa, que não é compatível com o mercado. A portaria que permite trabalhar e pesquisar simultaneamente é um passo importante em áreas aquecidas", opina a professora Denise Bomtempo Birche, da UnB (Universidade de Brasília).
Confira nesta edição os resultados da avaliação nas nove grandes áreas analisadas e veja na internet as notas de todos os programas (www.folha.com.br/sa865727).


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