São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

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CIÊNCIAS HUMANAS

Apenas cinco Estados têm pós em nível de excelência

Regiões Norte e Nordeste crescem, mas ainda não há cursos que tenham notas 6 e 7

DE SÃO PAULO

Em 2000, 9 dos 16 Estados do Norte e do Nordeste não tinham pós-graduação em ciências humanas. Dez anos depois, o número de programas passou de 29 para 85, mas quatro Estados seguem sem pós nessa grande área.
Apesar do crescimento, a qualidade dos grupos de pesquisa é um desafio -85% dos cursos nessas regiões tiveram nota 3 ou 4.
A segunda área com mais programas (401) também é vice-campeã em notas 7 (19), mas eles correspondem a só 4,7% deles. Os que receberam 7 ou 6, porém, estão concentrados em 5 dos 27 Estados (DF, MG, RJ, RS e SP).
A disparidade em pesquisa e infraestrutura leva pós-graduandos a migrar em busca de programas consolidados, com melhores condições para pesquisar.
A cientista social Ana Sávia Ramos, 27, formada na UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), fez os créditos do mestrado lá, mas não apresentou a dissertação. "Apesar de bons professores, sentia falta de densidade nas discussões com o grupo de pesquisa", afirma.

CRESCIMENTO
Interessados em aumentar o nível dos novos programas, coordenadores da área almejam uma avaliação com visitas às instituições de ensino.
"Programas 3 e 4 pedem acompanhamento mais próximo", diz Sérgio Adorno de Abreu, coordenador de área de sociologia. "Às vezes, há equipe bem instalada, mas sem apoio de pró-reitorias."
Outra aposta da grande área para ampliar o número de programas com nível de excelência nos Estados que têm baixo desempenho é criar cursos focados em questões regionais, apoiados por políticas públicas.
Em antropologia e arqueologia, políticas sociais do governo voltadas a sociedades indígenas e remanescentes de quilombos abrem espaço para profissionais. Programas dessas áreas foram criados na Universidade Federal do Piauí e na de Sergipe.
A preocupação com segurança levou à criação de um mestrado na UFF (Universidade Federal Fluminense) sobre estudos estratégicos da defesa e da segurança. Em história, a Universidade Federal Rural de Pernambuco abriu programa de História Social da Cultura Regional.


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