São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

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FINANCIAMENTO

Agências já permitem ter bolsa e trabalhar

Atividade remunerada é autorizada em área ligada ao tema da pesquisa

DE SÃO PAULO

Desde julho do ano passado, portaria da Capes e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) permite acumular bolsas dessas agências de fomento e remuneração por outras atividades.
Pedido antigo de bolsistas, ela permite que trabalhem em áreas afins à pesquisa, desde que com anuência do programa e do orientador.
E atende a quem quer trabalhar como docente durante a titulação e aos que podem exercer atividades que ajudem a captar dados.
"Especialmente em áreas como engenharia e química, pode haver complementação da bolsa por empresa que faça um convênio para desenvolver determinada pesquisa", afirma Hugo Siqueira, 27, doutorando de engenharia elétrica da Unicamp.
Bastante recente, a aplicação da portaria causa dúvidas nos pós-graduandos e nos programas e ainda parece não ter tido impacto em seu primeiro semestre.
Muitos departamentos ainda não se posicionaram oficialmente em relação a ela e aguardam o primeiro pedido de bolsa com o benefício -é o caso da pós do Departamento de Química da USP.
"Ainda não percebemos uma alteração no pedido de bolsas por causa da medida, mas talvez isso seja sentido em março e abril, quando as agências encerram o recebimento de pedidos", diz Vahan Agopyan, pró-reitor de pós-graduação da USP.
A portaria deixa a cargo do orientador e do programa autorizar ou vetar o acúmulo e decidir, entre outras coisas, o número de horas dedicado à atividade extra.
"Não achamos razoável ter uma atividade regular em empresa, mas pode funcionar para atividades complementares à pesquisa", considera Fernando Laurindo, presidente da comissão de pós-graduação da Escola Politécnica da USP.

LIMITE DEFINIDO
Alguns definiram oficialmente o limite do trabalho extraordinário. No departamento de engenharia mecânica da Unicamp, estipularam-se oito horas semanais.
Mas paira a questão sobre se programas que têm pesquisadores sem bolsa vão aceitar a portaria.
"Por que daríamos bolsa para quem tem salário se alguns alunos não recebem o benefício?", contrabalanceia Euclides Mesquita Neto, pró-reitor de pós da Unicamp. (CC)


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