São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O TORCEDOR Ne raça e com goleada suspeita, a Argentina ganha a primeira Copa em casa Não vem que não tem
Estava na cara que eles iam
aprontar em casa. Ou você acha
que a Argentina ia deixar passar a
chance de ganhar sua primeira
Copa em casa? Nosso time não era
aquele show, mas tinha muita
gente boa, como Zico, Rivellino,
Reinaldo e Roberto Dinamite.
Confesso que não entendia
muita coisa que o professor Cláudio Coutinho falava. Era overlapping aqui, ponto futuro ali, polivalência acolá, mas entendi muito
bem o que ele quis dizer quando
falou que éramos campeões morais. Saímos invictos apesar de toda a armação dos argentinos.
Para começar, um desses juízes
estranhos acaba o jogo da nossa
estréia quando tínhamos escanteio e íamos fazendo 2 a 1 na Suécia. Não pode ser azar do "Galinho" em Copas: 1 a 1. Alguma coisa já não cheirava bem mesmo.
Meio emperramos na Espanha
(0 a 0), mas fizemos o necessário
contra a Áustria e chegamos de
igual para a igual com a Argentina
na segunda fase. Nem tomamos
conhecimento de Polônia e Peru,
pois o negócio era com eles mesmo. Chicão foi escalado para encarar Passarella e cia. Não ganharam da gente na bola nem no pau.
O empate sem gols deixou tudo
para a última rodada da chave,
mas os caras jogaram depois da
gente, sabendo quantos gols precisavam. Essa tabela parecia meio
arranjada, e o presidente da Fifa,
um brasileiro, parecia muito próximo do tal Videla, um presidente
ou algo assim dos "hermanos".
O que ninguém imaginava era
o papelão do Peru. O goleiro deles, Quiroga, era argentino, e ele,
como alguns outros do time, pareciam amolecer em campo diante dos argentinos. A Argentina só
chegaria à final se fizesse quatro
gols de diferença ou mais no Peru.
E não é que fez. Nada vai me tirar
da cabeça que houve maracutaia.
Acho que os nossos jogadores fizeram bem em sair eliminados,
mas de cabeça erguida.
Foi assim que mostramos nossa força na disputa de terceiro lugar, quando batemos a Itália por 2
a 1 com um golaço de Nelinho. Ele
chutou uma bola no gol do Zoff
que não tinha como entrar. Até os
argentinos tiveram que aplaudir.
No final, foi só o primeiro título
deles. A gente já tem três, nenhum
ganho em casa na "mão grande". |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |