São Paulo, domingo, 31 de maio de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice 1950 - BRASIL Uruguai cala um país
Com os países europeus ainda sofrendo os efeitos da Segunda Guerra Mundial (1930-1945), o Brasil foi candidato único para ser a sede da Copa de 1950. Das 34 seleções inscritas para as eliminatórias, seis desistiram antes do primeiro jogo e algumas decidiram não participar semanas antes do campeonato. Com isso, a Copa teve apenas 13 participantes. Um dos grupos da primeira fase ficou reduzido a dois times: o Uruguai venceu a Bolívia por 8 a 0 e já foi para o turno final. A Itália, bicampeã em 34 e 38, veio ao Brasil tentando o terceiro título, que daria ao país a posse definitiva da Copa. Em 1946, o troféu tinha recebido o nome de Taça Jules Rimet, em homenagem ao francês presidente da Fifa. Enfraquecida pela ausência dos jogadores do Torino, mortos em desastre de avião em 1949, a Itália acabou eliminada pelos suecos. A fórmula da disputa da Copa indicou um quadrangular final, no qual Brasil, Uruguai, Suécia e Espanha iriam se enfrentar no sistema "todos contra todos". O Brasil foi arrasador, marcando 7 a 1 na Suécia e 6 a 1 na Espanha. O Uruguai venceu os suecos, mas tropeçou na Espanha, 2 a 2. Com isso, o Brasil entrou em campo contra os uruguaios precisando apenas de um empate. No recém-construído Maracanã, cerca de 200 mil pessoas esperavam o título. "Fizemos um templo do futebol, agora vamos ver nossos deuses", escreveu Nelson Rodrigues no dia do jogo. A vitória de virada do Uruguai por 2 a 1 selou a primeira grande injustiça da história das Copas. Em silêncio quase absoluto, o público deixou o estádio sem acreditar que o melhor time não era o vencedor. Os jogadores ficariam marcados pelo resto da carreira. O Mundial teve 88 gols marcados em 22 partidas (4,0 gols/jogo). A média de público chegou a 60.772 pessoas por jogo. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
|