São Paulo, domingo, 31 de maio de 1998

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1954 - SUÍÇA
O cansaço vence a arte


A revolucionária Hungria de Puskas e Kocsis não tem pernas para sustentar a vantagem no placar e permite a virada alemã na final


Depois de 16 anos, a Copa do Mundo voltou a um país europeu em 1954. A Suíça foi a sede escolhida para realizar aquele que seria "o Mundial das goleadas".
Os turcos conseguiram uma polêmica classificação para a Copa. Depois do placar de 2 a 2 no jogo desempate com a Espanha, um sorteio definiu a vaga, deixando os fortes espanhóis de fora.
Houve uma enxurrada de gols: Hungria 8 x 3 Alemanha Ocidental, Inglaterra 4 x 4 Bélgica, Áustria 7 x 5 Suíça. Média da competição: 5,4 gols por jogo, nunca depois igualada.
Campeão olímpico em 1952, o técnico húngaro Gusztav Sebes criou um sistema revolucionário, no qual os atacantes não tinha posição fixa.
A base de sua equipe era o Honved, time com jogadores do exército húngaro onde brilhavam Ferenc Puskas e Sandor Kocsis.
A Hungria marcava muitos gols no início de sua partidas. Às vezes, abria 2 x 0 ou 3 x 0 com dez minutos de jogo. O segredo: o time fazia aquecimento antes de entrar em campo, prática desconhecida pelas outras seleções.
Depois de bater Brasil e Uruguai pelo mesmo placar, 4 a 2, a Hungria foi para a final contra a Alemanha. Na primeira fase, o time húngaro tinha vencido os alemães por 8 a 3, mas os derrotados tinham escalado vários reservas, para poupar os titulares.
Na final, em Berna, muita chuva. A Hungria fez dois gols em oito minutos, mantendo seu poderoso "sprint" inicial. Mas o campo pesado acabou cansando os húngaros, que recuaram e permitiram a virada no final da partida.
Com a vitória de 3 a 2, a Alemanha Ocidental repetia o feito do Uruguai em 50: tirar o título daquele que era considerado o melhor time da Copa.
O Mundial teve 140 gols em 26 partidas. O público alcançou a média de 36.269 pessoas por jogo.



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