Uma contusão tira Pelé do Mundial ainda na segunda partida, mas o talento de Garrincha garante o bicampeonato para a seleção

Depois de dois certames europeus (Suíça e Suécia), a Copa voltou às Américas em 1962, com o Mundial do Chile. Com a mesma base dos jogadores campeões em 1958, o Brasil chegaria ao bi.
Das 56 seleções nas eliminatórias, algumas equipes de tradição não se classificaram, como a França e, surpresa maior, a Suécia, vice-campeã de 1958.
O Brasil teve seu único tropeço na segunda rodada, 0 a 0 contra os tchecos, quando uma contusão tirou Pelé do resto do Mundial.
"Você está protegido por Deus", disse Pelé a seu substituto, Amarildo, do Botafogo. E a previsão deu certo. O atacante fez os dois gols da seleção brasileira na virada contra os espanhóis.
Nas quartas-de-final o Brasil passou pelos ingleses, no último jogo com apoio dos chilenos. Na semifinal, o Brasil enfrentaria justamente os donos da casa.
Ao contrário dos suecos, que aplaudiram o Brasil com ardor até na final contra sua própria seleção, os chilenos não aceitaram bem a vitória brasileira por 4 a 2.
Na semifinal, Garrincha, o maior jogador da Copa, foi expulso por revidar uma falta. No entanto, o jogador não chegou a ser julgado e participou da final.
O bandeirinha uruguaio Esteban Marino, responsável pela expulsão ao denunciar a agressão de Garrincha ao árbitro, deixou o Chile às pressas e faltou ao julgamento, determinando seu cancelamento. Boatos dão conta que os dirigentes brasileiros o colocaram numa avião.
Na final contra os tchecos, o público ficou dividido em Santiago. Os aplausos para o Brasil, vitorioso por 3 a 1, soaram burocráticos.
Garrincha comandou o time e Amarildo compensou com garra o talento ausente de Pelé.
O Mundial teve 89 gols marcados em 32 partidas (2,8 gols/jogo). A média de público registrada foi 27.917 pessoas por jogo.



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