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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Ainda pouco usado no Brasil, mapeamento de longo prazo, com definição de metas e meios
ajuda empresa a crescer sempre
Plano mantém gestor sempre na rota certa
FREE LANCE PARA A FOLHA
É em momentos de crise que
podem ser identificadas as empresas coesas e que contam com
um bom planejamento de longo
prazo. Uma gestão estratégica
bem delineada pode determinar o
futuro da companhia. Quando o
mercado fica instável e é preciso
se desdobrar para satisfazer clientes, negociar com fornecedores e
ainda conseguir investimentos, só
aqueles que não perdem de foco a
estratégia conseguem sobreviver.
"Se a empresa tem boas informações sobre o mercado e fez um
planejamento estratégico eficiente, ela consegue reduzir os riscos
da crise", explica Fábio Chaddad,
professor de estratégia empresarial do Ibmec-SP. Ele destaca que
o mais importante é saber adotar
com rapidez providências de curto prazo para atravessar a turbulência sem, no entanto, perder de
vista os objetivos maiores.
Gestões modernas já não tratam
as crises como um fenômeno repentino. Com os mercados internacionais a cada dia mais interligados, analistas afirmam que a
instabilidade se tornou marca registrada dos novos tempos.
"A crise não aparece de repente.
É fundamental que as empresas
considerem a instabilidade como
uma característica do mercado",
enfatiza Claudinei dos Santos, sócio-diretor da Delft Consultores.
Com base nesse princípio, as
companhias precisam ser capazes
de estabelecer objetivos e definir
quais estratégias serão usadas para alcançá-los. Paralelamente, devem se preparar para trocar de rota e rever preceitos em caso de
mudanças como a chegada de um
novo concorrente, a alteração na
política econômica ou mesmo
uma turbulência global generalizada.
"O planejamento estratégico
eficiente apresenta espaço de manobra para crises e não engessa a
organização", afirma Renato Cotta, coordenador do MBA executivo da Coppead-UFRJ. De acordo
com ele, um dos erros mais graves
e comuns em gestão estratégica é
subestimar os mercados e pintar
um cenário irreal.
"Se a empresa se baseou em
modelos errados ou fez previsões
muito otimistas, todo o planejamento vai por água abaixo." Uma
gestão estratégica eficiente, diz,
deve ser implementada de maneira sistemática. Ele salienta que a
empresa não deve incorrer no erro de investir na elaboração do
plano e depois não ter a mesma
atenção para fazê-lo funcionar.
Herança inflacionária
Especialistas ouvidos pela Folha
explicam que o planejamento estratégico ainda não é feito em larga escala nas empresas brasileiras.
A técnica foi introduzida nos Estados Unidos a partir dos anos 60
e 70, mas por aqui a inflação galopante adiou o desembarque da
técnica para a década de 90.
"Nos anos 80 as empresas só faziam planejamento de curto prazo para escapar da inflação", ratifica Cotta. "O que valia mesmo
era o planejamento financeiro",
completa André Coutinho, diretor da consultoria Symnetics.
(RAP)
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