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Livro reúne textos colegiais
de Hemingway
A Oak Park Highschool, escola onde o escritor estudou,
publica seus contos e poemas escritos aos 17 anos
FERNANDO CANZIAN
De Nova York
Acaba de ser lançado nos EUA um livro com os primeiros trabalhos
literários do escritor Ernest Hemingway. Foram produzidos quando
o escritor tinha 17 anos e estudava em Oak Park Highschool, em Chicago.
"Hemingway at Oak Park High" é uma compilação
de dezenas de contos e poemas publicadas pelo autor no jornal "Trapézio"
e na revista literária "Tabula", ambos editados entre
1916 e 17 pela Oak Park Highschool.
O novo livro tem 128 páginas e não está à
venda nas principais livrarias americanas. Apenas a Oak Park Highschool
e algumas poucas livrarias de Chicago têm exemplares, que custam
US$ 8,95 (CR$ 11,6 mil). O livro foi editado pela própria escola.
Há contos, artigos sobre esporte e reportagens realizadas dentro
do próprio colégio. Em alguns momentos, há tentantivas
infantis de construir uma balada: "Oh, I've never writen a ballad,
And I'd rather eat shrimp salad... (eu nunca escrevi uma balada, e eu
deveria comer uma salada de camarão).
Em várias histórias, Hemingway usa variações
de seu próprio nome para identificar personagens. Usa Ernest Miller
Hemingway, Ernest Michealowitch Hemingway ou apenas E.H.
Ernest Hemingway é considerado um dos maiores escritores americanos.
O escritor ganhou um Prêmio Pulitzer em 1953 pelo seu trabalho de
ficção "O Velho e o Mar" e em 1954 foi premiado
com um prêmio Nobel de Literatura.
Hemingway nasceu em Oak Park a 21 de julho de 1899 e se suicidou aos 61
anos em julho de 1961 usando a sua própria arma de caça
para dar um tiro na cabeça.
"Algumas das histórias não passam de reportagens e
não chegam a ser inteligentes", diz Cynthia Maziarka, uma
das responsáveis pela compilação da Oak Park High.
"Mas é possível notar claramente que ele já
começava a se divertir como escritor", afirma.
Em alguns trechos, Hemingway imita o estilo de escritores famosos, faz
piadas com assuntos sérios e discursos usando somente gírias,
o que não deveria ser popular entre os professores de inglês
em 1917.
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