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Exame desperta revoltas desde o primeiro ano
especial para a Folha
Desde que Alagoas foi o estado
campeão em boicote ao primeiro
provão, com taxa de 84,38% de
provas entregues em branco dos
alunos de administração, o país
não viu mais um índice tão alto de
recusa ao exame.
Dois anos depois, a situação mudava drasticamente: em 1998, foi o
curso de jornalismo que liderou
nos índices de boicote com pouco
mais de 10%, em todo o Brasil.
Os cursos recém-incluídos na relação do provão costumam demonstrar as maiores taxas de provas não válidas, em todos os anos.
Foi o caso de engenharia civil,
que em 1996 teve três Estados com
percentual de provas entregues em
branco superior a 60%: Goiás, Rio
Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Nesse ano, os coordenadores de
um colégio da zona norte do Rio
autorizaram a maioria dos alunos
a não preencher as provas de administração e engenharia civil devido à confusão provocada por
universitários ligados à UNE.
Mas foi em 1997 que o incidente
mais grave aconteceu. Duas pessoas ficaram feridas em confronto
com seguranças antes do início do
provão na Uni-Rio (Fundação
Universidade do Rio de Janeiro),
na Urca (zona sul).
O conflito começou quando um
grupo de militantes liderados por
Leandro Cruz, então membro da
Executiva Nacional da UNE, e por
Ricardo Cappelli, atual presidente
da entidade, invadiu o edifício onde 764 estudantes deveriam fazer a
prova. Os militantes queriam evitar que os alunos fizessem o exame.
Cárcere privado
No ano passado, o estudante de
direito Rafael Favetti, filho do ex-diretor da Polícia Federal Moacir
Favetti, destacou-se como um dos
mais inflamados contestadores do
provão em Brasília.
Favetti entregou a prova em
branco e queria que os fiscais o
deixassem sair imediatamente, e
não às 14h30, horário mínimo estabelecido para a saída dos estudantes.
Ele saiu da sala e ficou fazendo
protestos no portão do Centro
Educacional La Salle. Junto com
colegas também estudantes de direito, Favetti estava disposto a denunciar o incidente à Justiça por
entender que se tratava de um caso
de cárcere privado. (GA)
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