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Tecnologia Empresas investem nas transmissões, de olho na segmentação, mas a TV pela Internet está longe de ameaçar a tradicional A precária alternativa on line
E a qualidade técnica da TV internética está melhorando rapidamente. Talvez não a ponto de desbancar a tradicional, mas com certeza em condições de aparecer, num futuro não muito distante, como uma alternativa razoável. Não só à TV, mas também ao cinema, como o septuagenário diretor Clint Eastwood recentemente afirmou, quando indagado sobre o futuro da sétima arte, dentro de 20 anos: A Internet vai deixar muita gente sem emprego, disse. É por acreditar nesse futuro que empresas de telefonia, gigantes das comunicações, supercorporações do entretenimento e, claro, empresas internéticas estão investindo pesadamente nessa área. A Microsoft, por exemplo, aplicou US$ 425 milhões em 1997 na compra da WebTV, uma das primeiras companhias exclusivamente dedicadas a promover a confluência de Internet e televisão. A AOL, maior provedora de Internet do mundo, comprou por US$ 165 bilhões a Time Warner, apostando suas fichas na importância crescente de ser capaz de oferecer conteúdo ao público. Enquanto rolam os dólares voltados para o futuro, as empresas já constróem suas plataformas, sem esperar a chegada de uma tecnologia que resolva todos os problemas. O Universo Online, maior provedor brasileiro de Internet, por exemplo, investe no filão desde o final de 1996, com a TV UOL. A qualidade, de lá para cá, melhorou muito, mas não é comercial, diz Caio Tulio Costa, diretor-geral do UOL Brasil. Mesmo assim, a empresa vem investindo a ponto de ter recentemente contratado uma estrela da TV, Paulo Henrique Amorim, para apresentar o UOL News, um programa com entradas ao vídeo. Já é um dos dez produtos mais vistos do UOL, diz Costa. A TV Cultura, apostando na Internet como forma de complementar sua comunicação com o telespectador, acaba de fazer o caminho inverso: utilizou a tecnologia da rede para fazer a imagem chegar aos televisores. Na última semana de agosto, o apresentador-repórter Marcelo Tas fez várias entradas ao vivo no programa Vitrine, diretamente da Austrália, com imagens transmitidas via Internet para o Brasil, onde foram recebidas em computadores e depois retransmitidas por microondas para os telespectadores. Houve um atraso das imagens de 30 segundos, o que é uma enormidade para a TV, e a qualidade estava muito longe do sinal comum. Em contrapartida, o custo foi praticamente apenas o de uma ligação telefônica local na Austrália, para o sinal chegar de lá, em condições convencionais, seria necessário usar três satélites, com custo médio de US$ 1.000 por cinco a dez minutos de transmissão. Nos Estados Unidos, há consideráveis investimentos na produção de conteúdo exclusivo para a Internet. Pelo menos US$ 40 milhões já foram aplicados no projeto da Digital Entertainment Network, uma empresa independente criada para produzir programação exclusiva para a rede, com shows de baixo custo (comparado com os da TV convencional) voltados para audiências pequenas e bem definidas: adolescentes gays, moradores de comunidades acadêmicas, punks ou skatistas, por exemplo. O que eles fazem, acreditam, vai além do infotainment, a combinação de informação e entretenimento. Estão criando um novo mundo, o da telefusão. Outra palavra nova que gostam de usar é narrowcasting, que é transmitir para pequenas audiências, em oposição a broadcasting, a transmissão de TV para o grande público. O fato é que os produtores de conteúdo se contam às dezenas. O duro é quando você resolve assistir o que os sites oferecem. Para baixar uma das preciosidades disponíveis no House of Blues ,por exemplo, são mais de dois minutos apenas para a tela especial do site aparecer inteira no seu monitor. Claro que nem tudo é tão terrível. Os programas de transmissão de vídeo, notadamente o RealPlayer (hoje na versão 8) e o Windows Media Player (na 7), efetivamente melhoraram em relação a seus antepassados. Mas transmissões de qualidade apenas razoável chegam em janelas minúsculas, de 1/4 ou 1/8 da tela do monitor convencional. Já existe a exibição em tela cheia, mas quantos usuários comuns da rede conseguem usufruir dela? Tudo vai ficar melhor com a banda larga, prometem alguns. E, efetivamente, com transmissões em velocidade mais alta, o usuário vai poder receber mais dados ao mesmo tempo, o que vai significar, no que se refere ao vídeo, mais quadros por segundo, ampliando a qualidade do material recebido. Mas a TV pela Internet seguirá sendo uma experiência individual, pois dificilmente a qualidade e a velocidade serão suficientes para garantir a exibição em tamanho adequado para uma assistência coletiva, com o computador substituindo a TV. E a banda larga não vem tão rápido nem beneficiará a tantos como os usuários gostariam. Nos Estados Unidos, hoje, apenas 1,4 milhão de famílias têm algum tipo de acesso de alta velocidade à Internet. No total, há mais de 40 milhões de lares com internautas naquele país, ou seja, vai demorar muito tempo para que o acesso de alta velocidade seja tão comum quanto ter uma linha de telefone. Enquanto isso, o jeito é aproveitar o que temos, pesquisar sites com relíquias ou supermodernidades, relaxar e usar. Porque a TV está na Internet, vai ficar e vai melhorar. Leia mais: TV é o futuro do computador |
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