Mais um corintiano

	Ormuzd Alves/Folhapress
	Adriano supera Renan Ribeiro e vira o placar

O ano já havia acabado para Adriano. O jogo já havia acabado para o Corinthians. Aos 44min do segundo tempo, um ataque parou nos pés do atacante, que teve tempo para pensar e chutar de esquerda, cruzado. A bola bateu na trave antes de entrar.

O primeiro gol de Adriano após um ano e meio de separação das redes. O segundo gol do Corinthians, o da virada ante o Atlético-MG, o que deixa o time muito perto de seu quinto título brasileiro.

A duas rodadas do fim, o clube alvinegro tem 67 pontos, contra 65 do Vasco.

Foram 23 minutos do atacante em campo, sem contar os acréscimos. Tempo suficiente para Adriano tentar apenas uma finalização, a que salvou seu time.

"Deus colocou obstáculos na minha vida, e eu tenho que ultrapassá-los", disse o atacante, que já enfrentava resistência dentro do clube, com o qual tem contrato até agosto de 2012. O presidente Andres Sanchez já ouvia sugestões para dispensar o jogador no final do Brasileiro.

Até o gol do Imperador, o Corinthians sofria no Pacaembu. Empatava com o Atlético, o que ainda o mantinha na ponta, mas com o mesmo número de pontos do Vasco.

O primeiro tempo foi de muitas faltas, trombadas, passes errados e nenhuma inspiração dos dois lados.

Mas o segundo tempo foi bem diferente, bem melhor.

Danilo foi desarmado, e o contra-ataque do Atlético teve que ser interrompido com falta. Após a cobrança, Leonardo Silva fez de cabeça.

A torcida corintiana finalmente passou a apoiar o time como se fosse um jogo decisivo. Na metade do segundo tempo, Tite trocou Willian por Adriano. E, só a partir daí, o Corinthians jogou como mandante em seu estádio.

Renan Ribeiro fez grandes defesas em chutes de Liedson e Alex. A pressão deu resultado aos 33min, quando Alessandro cruzou da direita e Liedson marcou de cabeça.

O gol de Adriano coroou a insistência, desatou a loucura no Pacaembu e calou críticos no Parque São Jorge.

O atacante fez ontem seu primeiro gol, após 60 minutos de atuação pelo clube, segundo números do Datafolha, que não levam em consideração os acréscimos.

Até ontem, o Imperador estava muito mais para problema do que para solução.

Nas três partidas anteriores de que havia participado, somava muito mais bolas perdidas (sete) do que finalizações (apenas duas).

O desempenho errático e a dificuldade para entrar em forma levara o técnico a tirá-

-lo de quatro jogos seguidos.

No meio da semana passada, contra o Ceará, Tite desistiu de colocá-lo em campo assim que Ramírez anotou o gol da vitória corintiana.

"Depois de tanto tempo sem fazer um gol, este não tem preço, não tem explicação", declarou Adriano.