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Juca Kfouri

Direita, vou ver...

Cansado de esperar alguma luz do governo federal, Marin tenta abrigo na oposição mais do seu estilo

PONTA-DIREITA do São Paulo quando jogador e ex-governador biônico de São Paulo na ditadura, o presidente da CBF e do COL, isolado pelo governo federal, se desloca e recebe homenagens do atual governador paulista, que tem como secretário pessoal o líder do movimento "Endireita Brasil".

Consta do anedotário da política de São Paulo que, proporcionalmente, nenhum governador do Estado aproveitou tão bem as benesses do cargo como José Maria Marin. Consta, também, que para aparentar intimidade com o ditador João Figueiredo, Marin simulava conversas telefônicas com ele diante de prefeitos do interior, que saíam impressionados de seu gabinete.

Sob nova assessoria de imagem, a tática estaria sendo repetida agora em relação ao ex-presidente Lula, embora seja difícil precisar qual dos dois é melhor na técnica da dissimulação.

O que é certo é que Marin reaproximou a seleção brasileira do Exército e trocou um técnico gaúcho, e brizolista, por outro também dos pampas, mas capaz de elogiar Pinochet.

Como é certo que fez do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, o articulador de ações cíveis e criminais para que as demais 26 federações processem este colunista, ao preparar uma minuta em que diz, entre outras queixas, que servirá "como demonstração de comprometimento e solidariedade com o presidente Marin".

Marin luta e esperneia para se manter nos cargos e é natural que assim proceda, mesmo porque a ofensiva contra ele, do caso Herzog aos elogios ao torturador Fleury, não o poupará nem mesmo de uma acusação por crime ambiental.

No último dia 6, o chamado Dia da Coragem, Marin completou 81 anos, mas não teve o desprendimento para sair de cena. Manteve-se firme na ideia de "morrer no cargo", como já disse.

Até quando nem ele, nem ninguém, sabe.

NOVA LIBERTADORES

O novo presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, 81, não é diferente de seus pares pelo continente e foi posto para fora da Associação Uruguaia de Futebol, em 2006, depois de nove anos de gestão, por pressão profilática do governo do Uruguai, presidido, então, por Tabaré Vázquez, o primeiro presidente de esquerda do país vizinho.

Surpreende, portanto, que Figueredo proponha enxugar a Libertadores, limitando a 20 seus participantes da fase de grupos, dois por país, o que permite supor a necessária exclusão do México, embora obrigue que se debata se é justo equiparar a Venezuela ao Brasil ou o Peru à Argentina.

Seja como for, já passou da hora de discutir uma volta ao projeto original de um torneio que reúna apenas os campeões, e vice-campeões, do continente, sejam os dos campeonatos nacionais, sejam os das copas, exigência de excelência que também a Uefa chutou para escanteio.


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