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Juca na Copa

Um Tostão de prosa

QUANDO CHEGUEI para o almoço ele já estava à mesa, cabelos brancos compridos, esvoaçantes como os dos poetas.

Sou recebido com o calor afetuoso, insuspeito nele para quem não o conhece.

Tostão vive e circula em Belo Horizonte como se fosse mais um mineiro, embora, ao fim do almoço, duas belas jovens que poderiam ser filhas dele, tenham se aproximado excitadas para posar a seu lado e pedir ainda por cima um texto exclusivo para o blog delas, chamado 40 Forever.

Ok, elas não eram tão jovens assim, mas bem que pareciam, Maria Pia e Bebel, ter uns 30, no máximo.

Sábias, quando lhes disse que elas tratassem de aproveitar que ele estava escrevendo diariamente nesta Folha, ambas bateram o pé por um texto exclusivo para o blog.

Como já contei, tenho a alegria de já ter sido motorista de Tostão na Copa do Mundo da África do Sul, três anos atrás.

Provavelmente ele não irá ao jogo de hoje, porque imagina o congestionamento que haverá em torno do novo, e belo, Mineirão.

Tostão admite que nos deve novos livros, mas diz que sua preguiça é maior que a necessidade assumida.

Tostão não tergiversa e exala sinceridade, como Oscar Tabárez, o técnico uruguaio que vi mais tarde, no começo da noite, numa entrevista coletiva digna de alguém que é chamado de Maestro.

Tabárez passa com tal franqueza que o jogo de hoje é uma incógnita que faz duvidar do favoritismo brasileiro.

Os uruguaios são mesmo diferentes e merecem, além de respeito, admiração.

Admitem sem disfarçar que lhes agrada muito estragar a festa de seus anfitriões, como têm feito ultimamente seja na África do Sul, seja na Venezuela ou na Argentina. Será também no Brasil, hoje, nas Minas Gerais.

Não haverá um Mineirazo como o Maracanazo, porque são duas situações e expectativas absolutamente diferentes.

Mas estes uruguaios são tão especiais que Diego Lugano quando perguntado se preferia enfrentar outra seleção que não a brasileira pelas ligações dele com o São Paulo, respondeu que o privilégio de enfrentar o Brasil está acima de tudo.

E provocado a elogiar o Maestro na entrevista coletiva, lado a lado com Tabárez, sorriu constrangido para dizer que " nossa cultura é diferente, fazemos o elogio com o trabalho, não com as palavras".

Como ensinou Ugo Giorgetti, "respeitem essa gente".


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