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Juca Kfouri

CBF ou CPF?

A maior entidade do futebol nacional brinca com fogo e provoca os que deveria tratar com respeito

A CBF, não contente em ser a Casa Bandida do Futebol, assume agora a postura de ser também a Casa Provocadora do Futebol.

Porque não pode ter outro sentido o convite à Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) para participar da reunião suscitada pelo BSFC (Bom Senso F.C.).

A provocação é óbvia, porque a entidade não tem representatividade, é presidida por um técnico de futebol, virou cabide de empregos e cumpre papel de pelego, ou de algodão entre cristais, para ser gentil.

Ainda teria cabimento a sua participação, em nome da formalidade, caso não tivesse seu presidente, Alfredo Sampaio, atacado diretamente o comando do BSFC, no que, aliás, se distinguiu como a única voz agressiva neste começo de negociações.

Ora, que sentido fará o encontro de Sampaio com os ativistas, todos em atividade nos gramados, do movimento?

A CPF quer constrangimentos?

Na verdade, ao menos neste primeiro momento, bastaria que se sentassem à mesa a CBF, o BSFC e a Globo que, por sinal, no primeiro contato com os líderes do movimento, admitiu não exigir mais jogos em janeiro, embora não concorde com a limitação de sete jogos por mês e com a eventual extinção dos campeonatos estaduais nos moldes atuais.

Como se vê, mesmo num ambiente cordial, apesar do volume de dinheiro que está por trás, as divergências não são poucas, razão pela qual soa absolutamente provocativo o convite da CPF à Fenapaf.

Parece coisa dos velhos tempos, ainda na lógica da Guerra Fria, da política estudantil quando o CCC (Comando de Caça aos Comunistas) --ao qual, segundo a extinta revista "Alfa", da Editora Abril, sem ser desmentida, foi ligado o vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero-- fazia de tudo para os mais ingênuos caírem em suas provocações e fossem para o confronto desigual.

Talvez a estratégia seja exatamente esta: tirar o Bom Senso do sério, com consequências inimagináveis, como foram as surpreendentes Jornadas de Junho.

Na crise geral de representatividade que assola o país faz mal a CBF ao agir assim, feito moleque.

Sem jogadores, diria o Conselheiro Acácio, não tem futebol, e sem futebol, redundo eu, não tem CBF --o que seria, para o Brasil, o único ganho amplo, geral e irrestrito.

Por falar em conselho, se um pode ser dado é exatamente este: respeitem o BSFC para não se queixar de radicalismo depois. Quem procura, acha, como se diz. Procure saber...

DESAVENÇAS

O Grupo Águia já não voa mais tão tranquilo como nos tempos de Ricardo Teixeira.

A exclusividade dos pacotes de passagens aéreas e hospedagens da CBF, assim como, em conjunto com a Traffic, para a Copa do Mundo, é negócio bom demais para ficar restrito à família Abrahão e associados.


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