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Juca Kfouri

A firmeza dos calmos

A CBF não se deu conta ainda de que está diante de um grupo com poder para botar fogo na casa

E DISSE o grande líder: "Aqueles que tornarem impossível a revolução pacífica, farão inevitável a revolução violenta". Pois a CBF está impedindo não a revolução, mas a reforma necessária que se impõe há décadas em nosso futebol.

Até o ex-presidente Lula anda preocupado, buscando conversar em torno de soluções porque, diante do potencial social embutido no futebol, vê o desperdício causado ao país, um dia chamado de "a terra do jogo bonito", pelo modelo de gestão da CBF e das federações.

Quando questionado por que não aproveitou oito anos na Presidência para, ao menos, acenar com mudanças estruturais, abre os braços sem nada dizer, com a expressão da impotência estampada no rosto.

Curioso, mas, do ponto de vista legal, o futebol avançou mais no período FHC, um bissexto frequentador de estádios, do que no do corintiano Lula, de calças puídas pelas arquibancadas, para usar a expressão do professor Gabriel Cohn.

Ao se reunir com o Bom Senso F.C., e com mais um bando de gente só para fazer confusão, a CBF tentou desviar o foco da discussão central, a estrutural, para terminar oficializando o já entregue e fugir do avanço ou até do agendamento de nova conversa.

Os cartolas da CBF deveriam representar as federações e os clubes, o BSFC, os jogadores, e a Globo Esporte, a TV. Só deste triângulo podem sair soluções e decisões.

Como respeitar as datas Fifa, por exemplo, algo que preocupa o BSFC e passa ao largo da CBF --a Globo aponta para cortes em datas dos estaduais para atendê-las, embora insista na manutenção dos campeonatos.

O BSFC quer futebol a temporada inteira para todos os clubes, não apenas para os que disputam as competições da CBF, mas ouve como resposta de José Maria Marin que "ninguém vai me ensinar a gerir o futebol brasileiro, pentacampeão mundial", como se ele tivesse alguma coisa a ver com isso a não ser, eventualmente, atrapalhar o desempenho dos jogadores.

A CBF não se deu conta ainda de que está diante de um grupo com poder para botar fogo na casa, algo que prefere não fazer como tem dado todos os sinais.

Mas a explosão dos calmos costuma ser muito mais potente que a dos nervosinhos, aquilo de dar um boi para não entrar numa briga e uma boiada para dela não sair. Ou tornar a revolução violenta inevitável.

Que ninguém confunda a tranquila firmeza de Alex, Dida, Fernando Prass, Juan, Paulo André, Seedorf, com tibieza.

Em tempo: o "grande líder" da frase lá de cima, na abertura da coluna, não foi nem Mao Tse-tung, nem Ernesto Che Guevara, nem Ho Chi Minh, mas John Fitzgerald Kennedy.

ORGULHO

Mário Gobbi fez questão de falar, na CBF, de seu orgulho em ter Paulo André e Alessandro, dois dos líderes do BSFC, no Corinthians.


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