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Juca Kfouri

As regras, ora, as regras

Repete-se agora na Sul-Americana a mesma polêmica de oito anos atrás na Libertadores da América

AS REGRAS foram feitas para ser cumpridas, e os regulamentos para ser obedecidos, já dizia o conselheiro Acácio bem antes de inventarem a Copa Libertadores e a Sul-Americana.

Daí que, em 2005, na decisão da Libertadores, o São Paulo exigiu jogar a decisão de acordo com o regulamento, e o Furacão teve de ir ventar no Beira-Rio porque sua casa não tinha a capacidade exigida de 40 mil pessoas.

O vento em plagas gaúchas redundou num 1 a 1 diante de público nunca revelado, mas bem inferior aos 40 mil da Conmebol. Prova de quão burro é o regulamento, o que não tira o direito de quem exija que seja cumprido.

Regulamento inteligente é aquele que exige segurança total do primeiro ao último jogo com quaisquer que sejam as lotações dos estádios, porque o argumento financeiro cai por terra quando se compara o que teria sido a presença do torcedor na Baixada.

A história se repete na semifinal da Copa Sul-Americana.

O São Paulo argumenta que o Moisés Lucarelli não comporta os 20 mil torcedores exigidos pela letra fria, e a Ponte Preta esperneia como espernearam os atleticanos.

O direito de espernear é tão legítimo como o de quem quer que as coisas sejam feitas como manda o figurino, embora, do ponto de vista esportivo, soe como anticlímax um time não poder jogar em casa o jogo decisivo depois de ter jogado todos os demais em seu estádio.

Mas a regra é clara, dirá o presidente tricolor. É mesmo?

No caso é e a Ponte que trate de fazer valer outro laudo que desminta o que vigorou até agora.

Melhor teria feito se não aceitasse o regulamento no início do torneio, como se aceita que o mando das decisões estaduais seja da FPF, algo que o time campineiro já experimentou diversas vezes ao ser obrigado a jogar no Morumbi contra os grandes da capital, apesar de mais recentemente ter prevalecido a vontade de cada clube.

Só que a regra é assim clara quando interessa. Peguemos o célebre caso da Copa União de 1987, quando todos os seus 16 participantes concordaram que se tratava do Campeonato Brasileiro e constatemos qual foi a posição do São Paulo quando se deu a polêmica em torno da Taça das Bolinhas.

O episódio é lembrado porque o virtual presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, revelou ao jornalista Rodrigo Mattos que concorda que ela pertença ao Flamengo, numa reviravolta talvez imposta pela má consciência da pessoa física diante do que fez a jurídica.

A contradição deu a esfarrapada desculpa para a ex-presidenta rubro-negra virar as costas para o Clube dos 13.

Porque, voltaria a pontificar o conselheiro Acácio, nas questões do esporte deveria prevalecer o espírito esportivo e não a esperteza de regras que não ficam em pé quando olhadas com um pouco de boa vontade.


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