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Juca Kfouri

Enorme retrocesso

Não demorou quase nada para a gestão Marin na CBF lembrar a de seu antecessor, e a dele mesmo na FPF

QUE O BRASILEIRÃO não tinha acabado quem lê esta coluna já sabia desde o dia seguinte.

O tapetão era inevitável depois do que houve em Joinville.

Há que distinguir a tentativa de virada de mesa do Vasco do que se dá com a Portuguesa, apesar das divergências entre os especialistas em direito esportivo sobre a punição que cabe ao clube do Canindé.

Se de fato o regulamento foi ferido e cabe rebaixar a Lusa mesmo que isso signifique salvar outra vez o Fluminense, paciência. Entre outras razões porque é inadmissível que o clube mantivesse como seu advogado alguém indicado pela CBF e com passado tão problemático.

Embora, de fato, doa na alma de quem queira ver prevalecer os resultados obtidos nos gramados.

Não surpreende que tudo isso volte a acontecer na gestão de quem quando presidiu a Federação Paulista de Futebol viveu às voltas com liminares, tapetões e viradas de mesas.

O clima neste final de 2013 não difere da década de 80 em São Paulo e do que caracterizou o reinado de Ricardo Teixeira até que o Estatuto do Torcedor viesse botar ordem na bagunça.

Mas como o escorpião não perde o que traz no DNA, e o texto legal foi tantas vezes estuprado pela bancada da bola no Congresso Nacional que parece ter perdido seu efeito disciplinador, voltamos no tempo e no espaço exatamente às vésperas da Copa do Mundo no Brasil.

Porque os indícios de que se tentaria virar a mesa já vinham dando o ar de sua desgraça desde, no mínimo, as quatro últimas rodadas do Brasileirão.

A tal ponto que o Bom Senso F.C. recuou de sua intenção de fazer greve por temer fazer o papel de inocente útil, tantos foram os estímulos dissimulados recebidos de cartolas de clubes ameaçados pelo rebaixamento, desde provocações rasteiras até encorajamentos suspeitos.

Daí a nota oficial em que o BSFC aludiu ao respeito ao torcedor para levar o campeonato até o fim.

Infelizmente nem é possível fazer o discurso do cumprimento puro e simples do que está escrito.

Primeiramente porque a credibilidade da CBF e do STJD é abaixo de zero. Depois porque, como sempre, o que está escrito permite interpretações as mais diversas, típicas do modelo bacharelesco e cartorial que herdamos de nossos colonizadores, por ironia, os fundadores de Vasco e Portuguesa.

Em vez do rito sumário para aplicar penas esportivas como se faz no mundo civilizado, vivemos às voltas com códigos e regulamentos muitas vezes contraditórios entre si, porque ninguém veio para explicar, mas para confundir.

Inútil tentar convencer o torcedor de que está tudo certo e que não há algo de podre no reino da CBF.

Não seria mais simples se antes de cada jogo o árbitro fosse informado sobre quem está em condição de jogar?


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