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Liberação de álcool valerá só para Copa

2014
Pressão do governo exclui de texto de lei liberação fora do evento

FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

Relator da Lei Geral da Copa, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) recuou ontem e colocou no projeto de lei a liberação de bebida alcoólica nos estádios brasileiros só durante o Mundial.

Por falta de acordo, pressão do Ministério da Saúde e de outros parlamentares, ele não colocará no texto a liberação permanente da venda de álcool nos estádios.

Ainda assim, Cândido decidiu liberar a bebida na Copa-2014 até nas arquibancadas -a proposta inicial era só em camarotes e bares. A exigência é que o consumo seja feito em copos de papel.

A Fifa sempre exigiu que o álcool fosse liberado em seus Mundiais por conta do patrocínio de uma cervejaria.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticara a ideia: argumentava que isso poderia levar ao uso excessivo. Para o relator, o problema da bebida alcoólica não está relacionado aos estádios.

"Acho enviesado esse discurso de achar que o problema da embriaguez no Brasil é só nos estádios. As pessoas vão ao estádio para torcer e não para beber. Enchem a cara em botecos", disse.

O relator fez uma série de alterações de última hora no projeto. Elas acabaram adiando a votação da Lei Geral da Copa na comissão especial instalada na Câmara, que deveria ter ocorrido ontem.

A nova previsão é que o texto seja votado amanhã na comissão e depois vá a plenário. Após isso, ainda precisa ser aprovado pelo Senado.

Outra novidade é a meia-entrada para maiores de 60 anos, garantida no Estatuto do Idoso e defendida pela presidente Dilma Rousseff.

Assim, o governo resolve um impasse, deixando de mudar o estatuto. "O Estatuto do Idoso é uma lei soberana e valerá para a Copa. O idoso vai poder comprar meia-entrada de ingressos de US$ 900", disse o deputado.

Com isso, os idosos ficam excluídos da chamada "cota social", na qual os ingressos devem custar em torno de US$ 25 (cerca de R$ 45).

Ela valerá apenas para estudantes, indígenas, participantes de programas federais de transferência de renda, como o Bolsa Família, e para quem quiser fazer parte de um convênio com a Fifa para o desarmamento, no qual uma arma de fogo poderá ser trocada por um ingresso.

Serão 300 mil bilhetes para essa cota, sendo metade só para os estudantes. E não estarão disponíveis na abertura. A Fifa pressiona para tirar o ingresso de US$ 25 também da final, no Maracanã.

O relatório da lei deixa mais claro que a União só deverá ressarcir a Fifa em casos de problemas de segurança ou "decorrentes das suas obrigações relacionadas à preparação ou organização do evento". Outra mudança é a proibição de entrada nos estádios com aparelhos que emitam raio laser, mania de alguns torcedores no país.

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