Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Juca Kfouri

O hino e o apito

A Copa do Mundo no Brasil tem tudo para ser decidida no grito: das ruas, dos estádios, dos juízes

JÁ DISSE, e repito, que assim que terminou a execução da Marselhesa na final da Copa de 1998, no Stade de France, em Saint-Denis, nos arredores de Paris, tive a certeza de que os donos da casa seriam os campeões.

Só depois se soube do que acontecera com Ronaldo, mas minha impressão é a de que com Ronaldo 100%, ou sem ele, com Pelé e com Mané, naquela tarde, depois daquele hino, ninguém suportaria Zinedine Zidane e companhia.

Sensação parecida tivemos nós, brasileiros, na Copa das Confederações, a partir do jogo em Fortaleza, o segundo, contra o México, quando a torcida seguiu cantando, à capela, o Hino Nacional Brasileiro.

Assim foi também em Salvador, contra a Itália, em Belo Horizonte, contra o Uruguai e, finalmente, contra a Espanha, no Rio.

Não sei se, mais frio, o torcedor paulista fará o mesmo no jogo de abertura da Copa do Mundo, contra a Croácia, no dia 12 de junho.

Nem mesmo se os adversários da seleção brasileira ficarão perfilados esperando o fim da cantoria como, respeitosa, mas desnecessariamente, fizeram na Copa das Confederações.

Mais atentos para o poder do combustível, provavelmente não o farão.

Mas nem só do hino, e de Neymar & cia, poderá viver o time brasileiro.

Se é comum uma certa ajuda dos árbitros às seleções anfitriãs, mais ainda haverá de ser por aqui, pelo menos para levar os donos da casa o mais longe possível.

Imagine, por exemplo, que a seleção brasileira seja eliminada nas oitavas de final por uma Holanda ou Espanha, algo perfeitamente plausível --ao contrário da impensável eliminação na primeira fase.

Faltariam duas semanas inteiras, na verdade 15 dias para a Copa terminar, e sem o time nacional em ação para dividir as atenções.

Se houver em junho próximo as manifestações de protesto como em junho passado, e tudo indica que haverá, manifestações que, então, estiveram na origem dos hinos empolgantemente cantados à capela, o que acontecerá nas ruas sem que a seleção permaneça na Copa?

Embora a Fifa não tenha nenhum motivo para querer agradar o Brasil, seja o governo ou a CBF, pela própria pele é bem possível que oriente seus árbitros a serem, digamos, inteligentes e prudentes.

Viveremos e veremos.

O CÂNTICO

O jogador croata Josip Simunic não virá a Copa, suspenso pela Fifa por ter entoado, depois de um jogo pelas eliminatórias, um cântico nazista, dos tempos em que o país era controlado pelos alemães, na Segunda Guerra.

Por essa época, a família Herzog, judia, com o pequeno Vladimir, fugiu da Croácia, em busca de segurança no Brasil.

A mesma Fifa nada fez diante do apelos de Ivo Herzog, filho de Vlado, para punir José Maria Marin, que estará na abertura da Copa, no jogo entre Brasil e Croácia.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página