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Juca Kfouri

O que Felipão anda lendo

O técnico da seleção se divide em observações de jogos pela Europa e em leituras bem específicas

EM BUSCA do hexacampeonato, Felipão lê o campeão de vendas da Editora Sextante, James C. Hunter, um americano especialista em recursos humanos, apóstolo da ideia de que a liderança se estabelece pelo convencimento e não pelo mero exercício do poder.

Com seu último livro a tiracolo, mais de 500 mil exemplares vendidos no Brasil, o técnico da seleção brasileira lê para quem encontra pela frente frases do autor, devidamente grifadas em seu exemplar.

Se você acha improvável que Felipão entre numa livraria à procura de ensinamentos que refinem sua liderança, você está 100% correto.

Mas, explica Felipão, "o Parreira, nosso intelectual na comissão técnica, me recomendou o livro Como se Tornar um Líder Servidor' e eu estou aproveitando muito".

Com Hunter, ele aprendeu que "liderança tem tudo a ver com caráter, já que se trata de fazer a coisa certa". Ou que "liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que coloquem seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de um objetivo. É preciso fazer com que as pessoas se empenhem ao máximo na missão, dando tudo pela equipe, porque você não gerencia pessoas, você lidera pessoas."

Mais importante ainda, segundo o que Felipão estava lendo no sábado passado, antes de embarcar para a Europa com o objetivo de ver jogadores brasileiros em ação, é que "o primeiro dever do líder é fazer mais líderes".

Mesmo ainda sem ter lido Hunter, em 2002, o treinador fez isso, ao dar a faixa de capitão para Cafu, mas, também, ao nomear Roque Júnior como comandante da defesa e Rivaldo, o introspectivo, como seu general no ataque, distribuindo funções de liderança em cada setor do campo.

Não para por aí. Felipão aprendeu na leitura recente que "os homens não mudam, mas podem melhorar", o que parece condenar agora, definitivamente o craque Ronaldinho Gaúcho, como Romário foi excluído 12 anos atrás.

E Felipão pergunta: "Você sabia que não fazer uma opção é, por si só, uma opção"?

Se Kaká não sabia, que passe a saber, pode-se depreender? Aí é o interlocutor quem pergunta, sem obter resposta.

A resposta obtida, fruto dos ensinamentos do especialista em liderança é que esta, para ser legítima, "deve ser baseada na autoridade".

Não confundir, por favor, com autoritarismo.

Pasme você que só conhece Felipão a distância em seu aparente modo sargentão de ser, que ele gosta da ideia de que a "liderança exige gentileza e que gentileza é dispensar atenção, apreciação e encorajamento aos outros".

Tudo para culminar naquilo em que Felipão já deu provas de ser capaz, isto é, fazer seus times jogarem pela equipe e por ele, o líder.

Porque "não há equipes fracas, apenas líderes fracos". Tomou?


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