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Juca Kfouri

Tchau, tchau, Juvenal!

O último caudilho do futebol brasileiro se despede do São Paulo, e o balanço é bastante positivo

VAI-SE o último caudilho e entre acertos e erros seria cegueira não admitir que Juvenal Juvêncio, por mais que a última impressão não seja das melhores, fez muito mais bem que mal ao São Paulo, o clube mais vitorioso do país.

Seja como diretor de futebol, seja como presidente do tricolor, o clube não teria tamanha coleção de títulos não fosse ele.

Carismático, inteligente, articulador, dissimulado, doce e enérgico na medida que lhe convém, não foi por sua causa que alguém criou o termo raposa felpuda, mas bem que poderia ter sido. JJ é daquele tipo que nunca está tão longe que não possa se aproximar, nem tão perto que não possa se distanciar.

Inútil lhe cobrar coerência caso esteja em jogo a instituição, que fez questão de defender até mesmo em questões indefensáveis, como no famigerado caso da taça das bolinhas, um episódio aparentemente menor, mas que causou, ou ao menos justificou, parte da implosão do Clube dos 13, com a saída do Flamengo.

Ele esteve na ESPN Brasil para gravar o "Bola da Vez", no ar na terça que vem e deu um show.

Fez revelações que só quem está de saída é capaz de fazer. Vingou-se tim-tim por tim-tim do ex-governador José Serra, a quem atribui a responsabilidade maior pelo Morumbi não ser palco da Copa e a quem chamou de homem de direita. No entanto, agradece a Deus por ter sido poupado das exigências da Fifa e lamenta imaginar que a Copa não será boa para o país como foi a Olimpíada para a imagem da China.

Reagiu horrorizado aos elogios de José Maria Marin ao torturador Sérgio Fleury, embora se dê bem com o cartola, assim como não poupou críticas a Ricardo Teixeira e elogios a Laudo Natel, apesar de se considerar um progressista.

Revelou que Lula o aconselhou a não ceder aos apelos para ter o terceiro mandato e reconheceu que seria ainda mais bem avaliado caso seguisse o conselho.

Mas não se arrepende de nada porque a instituição assim exigiu e está acima de tudo, até mesmo das questões familiares, como a que fez seu ex-genro se opor a ele, mesmo que o neto, com quem não fala do São Paulo para evitar constrangimentos, seguisse votando nele.

A entrevista é imperdível.

Juvêncio deixa o posto para Carlos Miguel Aidar, um aliado desde sempre e com quem colaborou quando era Aidar o presidente. Não sabe o que fará daqui por diante, mas sabe que num determinado momento as coisas passaram a não dar certo em campo, situação que, por sinal, identifica atualmente também no rival Corinthians.

Seu melhor momento no Morumbi? Ser aclamado em coro mesmo já ausente depois de contados os votos na última eleição. O pior? A goleada imposta pelo Corinthians por 5 a 0 em 2011.

Tchau, Juvenal. Missão cumprida! E muito bem!


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