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Duas versões

Ganso notifica Santos sobre negociação de seus direitos dez dias depois de dizer que clube havia sido informado e ignorado preferência pela compra

LEONARDO LOURENÇO
RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

Após garantir a venda de 10% de seus direitos ao grupo DIS e criticar o Santos por não demonstrar interesse na compra da fatia, Paulo Henrique Ganso se desmentiu.

O clube confirmou que recebeu, apenas anteontem, uma notificação do jogador informando sobre a negociação pela venda da porcentagem ao fundo investidor que cuida de sua carreira.

Isso cerca de dez dias depois de o atleta assegurar que havia oferecido o negócio ao Santos e ter sido esnobado, o que abalou o clima da equipe poucos dias antes da estreia no Mundial de Clubes.

Por contrato, o Santos tem preferência na aquisição dos 10% que pertencem a Ganso. Qualquer transação pela fatia deve ser notificada ao clube, que pode cobrir a oferta.

No dia 10, quando a equipe se preparava no Japão, Ganso confirmou que havia acertado a venda de seus direitos por R$ 5 milhões, à vista, ao DIS, desafeto santista.

Disse ter informado sobre o negócio ao clube e que este ignorou o prazo de dez dias para responder sobre o fato.

"Futebol é assim, quando um não quer, outro vem e busca", disse o meia. O clube à época negou. "A carta que recebemos é datada do dia 21 de dezembro", explicou o diretor jurídico do Santos, Luciano Moita. Segundo ele, a diretoria tem que exercer a preferência até o dia 31.

A decisão só será tomada a partir de segunda-feira, quando o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro retorna de um período de folga.

A repercussão do caso, porém, criou uma pressão sobre o Santos, que detém 45% dos direitos de Ganso, assim como o DIS, ao menos por enquanto. Não comprar a parte oferecida seria como dar um recibo à insatisfação do meia.

Insatisfação que foi demonstrada em diversas oportunidades nesta temporada.

Em janeiro, quando ainda se recuperava de uma cirurgia, Ganso deu uma entrevista em que fez duras críticas à diretoria. As rusgas impediram que o atleta acertasse um novo contrato com a equipe.

Foram feitas várias tentativas para uma renovação, mas todas esbarravam na vontade do meia em diminuir sua multa, estipulada em € 50 milhões (R$ 121 milhões).

O Santos, que não aceitou o pedido, manteve o contrato que paga R$ 160 mil mensais ao meia -bem menos do que recebem estrelas como Neymar, Elano e Borges.

A última explosão de Ganso deixou o presidente do Santos especialmente nervoso, principalmente pelo período decisivo em que se deu.

No clube, as atitudes do meia são descritas como a de um boneco manipulado pelo DIS para atacar a diretoria.

A Folha tentou contato com Ganso através de sua assessoria de imprensa. Mas, de férias, o atleta não quis falar sobre o assunto.

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