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Juca Kfouri

Adeus ano velho

O futebol brasileiro mais perdeu que ganhou em 2011. Hora de balanço. E de balançar

QUEM PIOR começou 2011 melhor o terminou.

Sim, o Corinthians iniciou o ano de maneira quase tão vexaminosa como o Inter havia acabado 2010 e depois deu a volta por cima.

Entre o Tolima e o pentacampeonato brasileiro há mais que uma reação, há a determinação em manter o técnico e o descanso de um time que só se dedicou a uma competição.

Mérito do presidente do clube, Andres Sanchez, agora visto por um certo jornalismo, superficial e deslumbrado, como um novo guru.

Porque além da grosseria ter virado qualidade, a nenhuma rigidez moral também deixou de importar. Olha-se apenas para o inegável progresso do clube sob sua administração.

É a praga do hímen complacente dos que jamais abdicam de suas conveniências e amaldiçoam os que são permanentemente críticos, os que exercem 24 horas por dia, e todos os dias do ano, o ofício de jornalista, longe das chapas brancas.

Sanchez democratizou o estatuto, cumpriu a palavra ao não se reeleger, ganhou a briga com o São Paulo, construiu o CT, começou o estádio, mais que dobrou o faturamento e, de fato, entrou para a história do clube.

Mas aliou-se a bicheiros, fez da transparência mero discurso, dobrou a dívida, e em nada contribuiu para o futebol brasileiro, ao contrário, empregou-se na CBF (cadê os negócios de família?), além de, como Eurico Miranda no Vasco, ter aumentado a taxa de antipatia despertada pelo Corinthians, que já foi o de Sócrates e o da Democracia Corinthiana.

O Santos, ao contrário, começou o ano maravilhosamente com o tri da Libertadores e o encerrou humilhado pelo Barcelona, razão pela qual tem corintiano agradecendo também por isso ao Tolima -por imaginar o tamanho da goleada se o adversário dos catalães fosse o alvinegro paulistano, não o santista. Mas a nova gestão santista e seu modelo colegiado significaram tal progresso que Neymar permanece em nossos gramados, apesar de ainda o clube se manter subserviente aos ditames retrógrados da CBF, fartamente responsáveis pelo nosso atraso.

O retrato da seleção de Mano Menezes são suas irrefutáveis teorias e a prática dos pênaltis chutados ao léu na vergonhosa Copa América, para não falar no desfile pelo Gabão.

Um ano esquecível.

Como não têm por que festejar, ao contrário, tanto os outrora orgulhosos são-paulinos quanto os palmeirenses, há muito sem ter do que se orgulhar.

E ficamos por aqui porque é hora de balançar, mas na rede e por um mês. Feliz 2012!

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